Cooperativas de produção: Uniforja é referência nacional
A Uniforja é referência para os modelos alternativos de geração de trabalho e renda no País e seu sucesso ou fracasso vai apontar os rumos das autênticas cooperativas de produção.
Ela nasceu em dezembro de 1997 com 279 cooperados e hoje tem 450 entre cooperados e trabalhadores contratados. A previsão para o próximo ano é otimista, de aumento da produção e abertura de 150 postos de trabalho.
O exemplo da Uniforja foi usado no painel sobre cooperativismo para mostrar que uma diferença entre uma empresa do sistema mercantil e uma cooperativa de produção é sua finalidade. “Na empresa o objetivo é o enriquecimento dos sócios. Na cooperativa, é gerar trabalho com renda digna e fazer o negócio crescer para envolver mais pessoas nesse modelo alternativo”, explicou Marcelo Mauad, do Departamento Jurídico do Sindicato.
As cooperativas têm natureza empresarial, isto é, têm obrigações, têm de buscar eficência, pagar contas, investir e competir. Outra diferença é a forma alternativa de organização, onde o negócio é administrado pelos próprios trabalhadores que são os proprietários.
Lei de Falências não prevê cooperativas
Apesar da viabilidade econômica da Uniforja, que assumiu a massa falida da Conforja, a lei não prevê essa situação. “A Lei de Falências deveria prever que os bens da empresa sejam utilizados pelos trabalhadores enquanto tramita o processo de falência”, disse Mauad.
O projeto de uma nova lei que está no Congresso não dá preferência às cooperativas de produção na reestruturação das empresas.
Se as emendas do movimento sindical forem aceitas, a nova lei pode alavancar a economia solidária no País, criando uma real alternativa de trabalho e renda. “Caso contrário, nossas dificuldades em assumir empresas em processo de falência serão maiores”, comentou Mauad.