Copom adota postura cautelosa e não descarta risco de inflação

A manutenção da Selic tem o objetivo de alinhar a inflação em patamar consistente com a trajetória de metas em 2009 e nos dois próximos anos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (28), por meio da ata da sua última reunião, que adotará uma “postura cautelosa” que contribuirá para a recuperação consistente da economia brasileira. No último encontro do Comitê, realizado na semana passada, a taxa básica de juros foi mantida pelo segundo mês consecutivo em 8,25%.

De acordo com o Copom, a manutenção da Selic tem o objetivo de alinhar a inflação em patamar consistente com a trajetória de metas em 2009 e nos dois próximos anos. O BC usa a taxa básica de juros para controlar a inflação e persegue a meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A meta para este e os próximos dois anos é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Segundo a autoridade monetária, as decisões de redução da Selic, adotadas anteriormente, terão impactos concentrados em 2010. Neste ano, o Copom adotou a política de redução de juros de janeiro até julho. No total, foram 5 pontos percentuais de redução. Nas reuniões de setembro e outubro, o comitê optou por manter a Selic em 8,75% ao ano.

De acordo com a ata, a expectativa é de um cenário inflacionário benigno, ou seja, dentro da meta. Mas devido às incertezas na economia, o comitê reafirma que deve manter uma postura cautelosa, “com vistas a assegurar a manutenção da convergência da inflação para a trajetória de metas”, ressalta a ata. “A propósito, as expectativas de inflação para 2010 e 2011 se mantêm em patamares consistentes com a trajetória de metas e continuam sendo monitoradas com particular atenção”.

“O Copom avalia que a probabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadas venham a apresentar riscos para a trajetória da inflação segue sendo limitada. A moderação das pressões da demanda doméstica sobre o mercado de fatores deve, ao menos no curto prazo, contribuir para conter o risco de repasse de eventuais pressões de alta sobre preços no atacado para os preços ao consumidor”, diz o documento.

Do Diário OnLine