Copom realiza quinta reunião do ano para dosar taxa Selic

Os analistas financeiros continuam acreditando em mais afrouxamento da política monetária, só que em ritmo mais reduzido em relação aos cortes das quatro últimas reuniões: três de 1 ponto percentual e uma de 1,5 ponto percentual

A agenda econômica desta semana tem como destaque doméstico a realização, nesta terça-feira (21) e amanhã (22), da quinta reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) no ano, para discutir a possível manutenção da política de redução da taxa básica de juros (Selic), que neste ano já cedeu 4,5 pontos percentuais, caindo de 13,75% para os atuais 9,25% ao ano.

Os analistas financeiros continuam acreditando em mais afrouxamento da política monetária, só que em ritmo mais reduzido em relação aos cortes das quatro últimas reuniões: três de 1 ponto percentual e uma de 1,5 ponto percentual. O economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto, diz que “existe uma aposta praticamente unânime” de que a redução desta vez será de meio ponto, com a Selic caindo para 8,75%.

Segundo ele, há percepção no mercado financeiro de que o anúncio a ser feito amanhã à noite traga a última redução do ciclo atual de quedas da taxa Selic. Em vista disso, ele acrescenta que é importante avaliar o texto do comunicado que sai depois da reunião do Copom para possíveis sinais para o futuro. Igual atenção deve ser dada também à ata que o BC divulgará na quinta-feira da semana que vem, dia 23.

Martistella Ansanelli, economista-chefe do Banco Fibra, também acredita que o Copom desacelere o ritmo de flexibilização da política monetária, reduzindo a taxa Selic para 8,75%. A redução de ritmo, segundo ela, deve ocorrer mais por conta da magnitude do ajuste já realizado no ano do que pelos sinais de recuperação da atividade econômica que, no seu entender, “segue fraca”.

De acordo com Maristella, “parece razoável uma redução de ritmo, até mesmo por conta das incertezas ao redor dos efeitos de todo o ajuste já feito, mas acreditamos que pode haver espaço ao menos para mais uma redução, em setembro, e consideramos prematura a discussão ao redor da retomada da alta dos juros já no próximo ano”.

Da Agência Brasil