Coronel nega relação com a Davati. CPI revela foto com reverendo e Dominguetti

O tenente-coronel da reserva e presidente do IFB (Instituto Força Brasil), Helcio Bruno de Almeida, afirmou à CPI da Covid ontem, que não teve qualquer relação com a empresa Davati.

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Ele disse que conheceu Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominghetti, representantes da empresa, em reunião ocorrida no ministério da Saúde no dia 12 de março. Também negou conhecer o reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), entidade religiosa que intermediou as tratativas da Davati com o governo.

De acordo com o depoente, a agenda oficial do IFB seria para tratar da possibilidade de compra de vacinas pela iniciativa privada. No entanto, o projeto de lei que propôs a regulamentação da compra de imunizantes por empresas particulares só foi apresentado na Câmara dos Deputados no dia seguinte.

Munido de habeas corpus concedido pela ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), Helcio Bruno se negou a responder a maioria dos questionamentos feitos pelo senador Renan Calheiros, relator da Comissão. No início do seu depoimento, o militar leu uma apresentação inicial detalhando a sua participação nessa reunião.

Propina de 1 dólar por dose de vacina

A Davati alegava ter à disposição, para pronta entrega, 400 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca. Em meio às negociações, Dominguetti acusou o ex-diretor de logística da Saúde Roberto Ferreira Dias de ter cobrado propina de 1 dólar por dose de vacina.

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Apesar da negativa de Helcio Bruno, a CPI revelou uma foto em que o militar aparece à mesa na companhia do reverendo e de Dominguetti. Segundo o depoente, tratou-se de um almoço oferecido pelo presidente da Senah, após a reunião no ministério.

Agenda

Hoje a Comissão ouve o representante da Indústria Farmacêutica Vitalmedic, Jailton Batista. A empresa é fabricante de medicamentos do chamado kit-Covid, que não têm eficácia comprovada contra a doença.

Amanhã, os senadores interrogam o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O depoimento é um dos mais aguardados pela CPI. A convocação estava prevista antes do recesso parlamentar.

Com informações da Rede Brasil Atual