Correção da tabela do Imposto de Renda é uma das bandeiras históricas do nosso Sindicato
Proposta do governo federal é tributar quem ganha mais de R$ 1 milhão ao ano entre 12% e 15% independentemente da origem da renda
Para cumprir a sua promessa de campanha de 2022 de isentar quem ganha até R$ 5 mil por mês do Imposto de Renda, o presidente Lula deve incluir na proposta no Orçamento da União de 2026 uma taxação entre 12% e 15% para quem ganha acima de R$ 1 milhão ao ano. Hoje, cerca de 250 mil pessoas físicas fazem parte desse grupo.
Para o cálculo, o governo vai somar a renda total da pessoa, como ganhos de aplicações financeiras, salário, lucros e dividendos, por exemplo, com o que ela efetivamente pagou pelo sistema atual. Hoje a isenção é apenas para quem ganha até dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.824.
“A correção da tabela do Imposto de Renda é uma das bandeiras históricas do nosso Sindicato. Os R$ 5 mil atendem uma parte da nossa categoria, o que é uma conquista importante e nós precisamos continuar avançando nesse debate referente a renda dos trabalhadores. Independente da questão do imposto de renda, taxar os super-ricos é uma questão de distribuição de renda e de busca por justiça social no nosso país. É injusto que os trabalhadores que têm desconto em fonte paguem mais tributos do que os super-ricos”, afirmou o secretário administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno.
“Os Metalúrgicos do ABC defendem e lutam por uma melhor distribuição da riqueza no Brasil. Quando se reduz a carga tributária dos trabalhadores é possível girar melhor a economia, uma vez que os trabalhadores e trabalhadoras gastam o seu dinheiro dentro do país. Queremos a retomada de um imposto que já existia e que foi extinto para beneficiar os super-ricos que não precisam desse benefício, e quem tem pagado essa conta é o povo mais pobre e o povo trabalhador desse país”.
Autoridade
O presidente Lula também aponta que a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física seja ainda maior do que os R$ 5 mil prometidos. “É um compromisso de justiça. Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto quem tem ações da Petrobras e recebe R$ 45 bilhões de dividendos não pague”, disse.
“Não se pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil, e deixar os caras que recebem [muito mais] sem pagar. O que queremos é isentar aquelas pessoas [que ganham] até R$ 5 mil e, no futuro, isentar mais porque, salário não é renda. Renda quem tem é o cara que vive de especulação”, acrescentou.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vários cenários estão sendo estudados, mas o objetivo é aproximar o Brasil do padrão tributário sobre renda dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Haddad defendeu ainda que a reforma do Imposto de Renda seja neutra do ponto de vista arrecadatório, ou seja, não pode gerar nem perda e nem ganho de arrecadação aos cofres públicos.