Corrupção – Kassab volta ao cargo mas continua na mira da Justiça


Outro aliado às pretensões de Serra está com problemas na Justiça

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), conseguiu retomar o seu mandato ontem, depois de cassado pela Justiça Eleitoral sob acusação de receber doações ilegais na campanha de 2008. Ele e sua vice, Alda Marco Antonio, também cassada pela mesma decisão, permanecerão nos seus cargos até julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O promotor eleitoral Maurício Lopes acusou Kassab de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), formada por sete construtoras, e do Banco Itaú, em valor superior a R$ 10 milhões em 2008. Lopes apontou a Associação como entidade de fachada do Secovi (sindicato do setor imobiliário) para fazer doações eleitorais. A lei impede os sindicatos de realizarem tais contribuições.

Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que cinco dessas empreiteiras receberam R$ 243 milhões em 2009 em contratos com a prefeitura paulistana.

A suspeita é que esses contratos tenham sido feitos como pagamento pelas doações ilegais.

Contribuições
Para Lopes, as empreiteiras doadoras de Kassab – Camargo Corrêa, OAS, Serveng Cilvisan, CR Almeida, Carioca Christiani Nielsen, S.A. Paulista e Engeform – são acionistas de concessionárias de serviços públicos e devem ser equiparadas às próprias concessionárias, que, segundo a lei, não podem fazer doações.

Já o Itaú não poderia contribuir para Kassab porque a prefeitura faz pagamentos para parte de seus funcionários por meio do banco.

Perícia contábil da Justiça Eleitoral apontou que 33% dos recursos arrecadados pelo prefeito na última eleição tiveram origem em fontes de contribuição consideradas ilegais pelo Ministério Público.

Outro do DEM
Kassab é o segundo político do DEM a ser denunciado por corrupção. Continua preso o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O DEM, antigo PFL, foi originado no PDS, que descende da Arena, partido que deu sustentação à ditadura militar.

Arruda era o mais forte candidato a vice na chapa de Serra para disputar a Presidência e Kassab é o único político do partido a governar uma grande cidade.