Cortadores de cana: Protesto exige melhores condições
Os cortadores de cana
que trabalham no interior do
Estado lançaram campanha
salarial reivindicando redução
da jornada, aumento do
piso e melhores condições de
trabalho.
A manifestação aconteceu
no início do mês, em Ribeirão
Preto, durante a
Agrishow, a maior feira agropecuária
do País.
“A situação do homem
do campo é uma vergonha
para a sociedade”, protestou
Elio Neves, presidente da Federação
dos Empregados
Rurais Assalariados.
Ele disse que o Ministério
Público investiga pelo
menos 19 mortes ocorridas
em canaviais de São Paulo
desde 2004, supostamente
por excesso de trabalho.
Estudo da Universidade
Estadual Paulista mostra que
o cortador de cana, pressionado
a produzir mais, passou
a ter uma vida útil de trabalho
de 12 anos, semelhante à
do período da escravidão.
O esforço físico e a ação
repetitiva dos golpes de facão
acarretam sérios problemas
de coluna, nos pés, câimbras
e tendinite.
Atualmente, muitos chegam
ao fim de carreira sem o
direito à aposentadoria e sem
assistência médica.
Em média, um trabalhador
recebe R$ 2,40 por tonelada
de cana cortada e o
salário mensal varia de R$
700,00 a R$ 1.200,00.
Nas reivindicações apresentadas
neste ano eles querem
aumento do piso de R$
450,00 para R$ 1.620,00, redução
da jornada semanal de
44 horas para 30 horas, fim das
metas de produção, mais proteção
à saúde, transporte seguro
e alimentação gratuita.