Covid e Influenza pressionam custos de metade da indústria

O ano em que o setor automotivo apostou como o de retomada pós-pandemia, em virtude da redução dos casos de covid e das consequentes projeções de arrefecimento da crise dos semicondutores e da melhora no abastecimento de componentes, iniciou com uma onda da variante ômicron e com surto de gripe influenza, tudo ao mesmo tempo, especialmente nos dois primeiros meses.

Diante do cenário a CNI, Confederação Nacional da Indústria, realizou estudo que constatou que metade das empresas do setor industrial do País sofreu com o aumento no custo de produção diante do afastamento de trabalhadores que tiveram essas doenças, ou a suspeita delas – nove a cada dez empresas afirmaram que houve aumento do absenteísmo em janeiro e, para dois terços, o impacto atingiu até 10% do seu efetivo.

Como consequência 43% tiveram diminuição no volume produzido e na eficiência dos processos. Segundo o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os casos confirmados ou suspeitos de covid ou influenza aumentaram a pressão sobre a produção e os custos do início do ano, o que teve efeito negativo na produtividade.

A indústria automobilística foi a segunda que mais sofreu nesse contexto: 82% das empresas declararam que a produção foi afetada pelos afastamentos, atrás somente das fabricantes de calçados, 83%. Dados da Anfavea corroboram o dado, pois, segundo o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, os vírus trouxeram absenteísmo adicional de 6% a 7% do efetivo das montadoras, que em janeiro era de 101,3 mil profissionais — ou seja, atingiu cerca de 7 mil profissionais.

Da AutoData