CPI da Covid: Ministério da Saúde ignorou calote da Precisa durante negociações

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Em depoimento ontem à CPI da Covid, a diretora-técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, afirmou que o Ministério da Saúde ignorou a dívida da empresa com a pasta, após um calote em 2018, durante as negociações da vacina Covaxin.

A Global Gestão em Saúde S/A, que faz parte do mesmo grupo societário da Precisa, recebeu R$ 20 milhões antecipados por medicamentos de doenças raras em 2017, mas que nunca foram entregues quando o ministro era o atual deputado Ricardo Barros (PP-PR). O caso tramita na 21ª Vara da Justiça Federal e ainda não foi julgado.

Após questionamento do senador Humberto Costa (PT-PE), ela afirmou: “eles tinham conhecimento sobre tudo”.

“Isso é grave, o Ministério em nenhum momento invocou a discussão da possibilidade de uma empresa envolvida numa fraude contra Ministério ser intermediária da aquisição de um contrato de R$1,6 bilhão”, criticou o senador.

Tratamento especial

O senador criticou a falta de critério do Ministério da Saúde para negociar com uma empresa “sem expertise na área de vacinação”. A diretora confirmou que a Precisa não tinha experiência anterior na comercialização de vacinas.

“Jabuti não sobe em árvore. É evidente que a empresa tem um tratamento especial, demorando só 97 dias para vender uma vacina ainda sem registro na Anvisa”, alertou Humberto Costa.

Com informações da Rede Brasil Atual.