CPI: “Esquecimentos” e silêncio marcam depoimento de empresário
O depoimento do empresário José Ricardo Santana na CPI da Covid ontem foi marcado por “esquecimentos” e também pelo direito de ficar em silêncio.
O depoente, que não prestou compromisso de dizer a verdade, foi convocado por ter participado do jantar em que teria sido feito o pedido de propina na compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.
O empresário chegou à Comissão amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, para não dizer nada que pudesse incriminá-lo. A partir disso, recorreu à falta de memória quando questionado diversas vezes. Como, por exemplo, em relação a seu salário como funcionário da Anvisa ou de encontros feitos pelo empresário.
Quando decidiu responder as perguntas, foi superficial. Em outros momentos, usou o direito de ficar em silêncio. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), se revoltou com o andamento da sessão. “A gente precisa manter cautela e sangue frio, mas é dito de maneira descarada que ele não lembra de nada. Não lembra como conheceu as pessoas ou como participou de uma negociação de vacina”, criticou.
Relação com lobista
No começo da sessão, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) exibiu um áudio de Ricardo Santana em conversa com o lobista Marconny Albernaz sobre a elaboração de um plano para o Ministério da Saúde. De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), as informações colhidas pela CPI da Covid mostram que o empresário conheceu o lobista na casa de Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro.
Porém, ao ser questionado sobre sua relação com Marconny e Karina, Ricardo disse “não se recordar das circunstâncias” em que foi apresentado ao lobista e não se lembrou também de quem mais estava na casa da advogada.
Com informações da Rede Brasil Atual