Crédito consignado segue estável, apesar da crise mundial
Aposentados e pensionistas tomaram R$ 172 milhões em setembro
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizaram, em setembro, 77,3 mil operações de crédito consignado – empréstimo e cartão de crédito -, com utilização de R$ 172 milhões. Até o mês passado, foram registradas 14,91 milhões de operações ativas, que somaram R$ 23,514 bilhões. Desde 2004, 9.348.723 de aposentados e pensionistas fizeram uso do crédito consignado.
Segundo o presidente do INSS, Marco Antonio de Oliveira, em setembro houve pequena redução no número de operações de crédito consignado, mas não no valor global dessas operações. Para ele, ainda é cedo para avaliar a extensão do impacto da crise financeira mundial nessa modalidade de crédito. No entanto, é provável que a crise, ao afetar o comportamento do crédito em geral, atinja também as operações de crédito consignado para aposentados e pensionistas, por menor que seja o risco de inadimplência.
Cautela – Os resultados demonstram que o beneficiário do INSS continua cauteloso. Entre as operações ativas, 36,44% são contratadas para serem quitadas entre 31 e 36 meses. Outros 36,89% dos aposentados e pensionistas acham mais vantajoso liquidá-las em até seis parcelas. Cerca de 10% preferem encerrar suas dívidas em prazos entre sete meses e um ano. E apenas 5,47% fecham contratos para quitação em mais de 48 parcelas.
O aposentado toma emprestado, em média, R$ 1.577, que salda em 33 parcelas de R$ 78,55. Os beneficiários que recebem até um salário mínimo são responsáveis por 60,6% das operações e por 44,49% do dinheiro utilizado. Eles tomam empréstimos médios de R$ 1.155,60, pagos em 34 parcelas de R$ 56,28.
Aqueles com benefícios entre um e três salários mínimos respondem por 24,3% das operações e por 26,75% do volume, com empréstimos de R$ 1.736,32, em média, pagos em 32 parcelas de R$ 87,88.
Os beneficiários que recebem mais de três salários mínimos atendem por 15,1% das operações e por 28,76% da quantidade de dinheiro. Eles são responsáveis por empréstimos de R$ 3.002,54, que são saldados em 32 parcelas de R$ 155,03.
Segurança – Para aumentar a segurança no crédito consignado e reduzir o endividamento excessivo dos segurados, o INSS editou uma série de normas, em vigor desde 3 de junho. Entre as medidas, destacam-se a proibição do saque em espécie com o cartão de crédito consignado e a necessidade do empréstimo ser creditado diretamente na conta de quem recebe o benefício.
No caso de cartão magnético, o valor deverá ser depositado em conta corrente ou poupança na qual o aposentado ou pensionista seja titular. Se não tiver conta, a ordem de pagamento irá para a agência bancária em que o segurado recebe o benefício. O limite de crédito no cartão também foi reduzido de três para duas vezes o valor do benefício.
Do Ministério da Previdência Social