Crédito no País volta a condições pré-crise, aponta Anefac
Juro cai pelo 5º mês consecutivo, refletindo queda da Selic e melhora do cenário econômico; prazos crescem
As taxas de juros do crédito no Brasil caíram pelo quinto mês consecutivo em junho, aponta pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgada nesta quarta-feira (15). De acordo com o coordenador do trabalho e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a pesquisa mostra o retorno do crédito às condições anteriores a setembro de 2008, marco do início da crise global. Isso é observado, segundo ele, tanto no alongamento dos prazos dos financiamentos como na redução dos juros das operações de crédito.
De acordo com a pesquisa, a taxa média geral cobrada para pessoa física apresentou uma redução de 7,28% ao mês (132,39% ao ano) em maio para 7,26% ao mês (131,87% ao ano) no mês passado. Conforme a Anefac, trata-se da menor taxa desde abril de 2008. Das seis linhas de crédito pesquisadas, duas ficaram com taxas estáveis (cartão de crédito e financiamento de veículos) e quatro foram reduzidas (juros do comércio, cheque especial, empréstimo pessoal de bancos e financeiras).
Nas linhas para pessoa jurídica, os juros médios cobrados pelos bancos são os menores desde janeiro do ano passado. A taxa recuou de 4,15% ao mês (62,90% ao ano) para 4,12% ao mês (62,33% ao ano) em junho. Entre as modalidades de empréstimo pesquisadas, duas registraram estabilidade nos juros (capital de giro e conta garantida) e duas foram reduzidas (desconto de duplicatas e desconto de cheques).
A queda nas taxas, segundo Oliveira, deve-se à redução do juro básico (Selic) e à melhora do cenário econômico. Para o segundo semestre, Oliveira espera melhora nas taxas de juros das operações, bem como das condições de crédito – ampliação dos prazos, aumento do volume emprestado e maior flexibilidade.
O pior da crise já passou e o risco de inadimplência diminuiu, apontou. Oliveira vai além: diz que, daqui para frente, o consumidor vai conviver com uma situação nova: reduções dos juros das operações de crédito em patamares superiores às quedas da taxa básica de juros. “Deveremos inclusive ter períodos em que a Selic vai ficar inalterada e as taxas de juros das operações de crédito vão ser reduzidas”, disse.
Da Agência Estado