Cresce nível de emprego dos metalúrgicos do ABC
Foram criados 6.839 novos postos de trabalho entre setembro de 2007 e setembro deste ano. 49% desse total nas montadoras e nas autopeças da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra)
Os metalúrgicos do ABC, na base do sindicato (São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) já somam 102.213 trabalhadores. Um crescimento de 7,2% em um ano – setembro de 2007 a setembro de 2008 -, segundo levantamento feito pela subseção Dieese (ver tabela abaixo). A taxa média de crescimento de emprego foi de 0,6% ao mês.
Durante este período de 12 meses, foram criados 6.839 postos de trabalho na base, a maioria deles em montadoras e autopeças (3.252), setor que junto com o de autopeças foi responsável por 49% das contratações no período medido pelo Dieese. Juntos, os sete municípios do ABC somam 143,3 mil metalúrgicos.
Os metalúrgicos do ABCempregam atualmente 19,9% do total de trabalhadores da região (quase 720 mil). A participação do rendimento da categoria na massa salarial da Região também é expressiva: alcança 38,4% do total de mais de R$ 1,1 bilhão (dados de setembro), segundo levantamento do Dieese sobre este item.
A pesquisa do Dieese se baseia em dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. Levantamento anterior, de maio, apontou número histórico, quando a categoria atingiu a marca de 100 mil trabalhadores, um crescimento de 28,8% no número de empregos na base em comparação a 2003, equivalente a um total absoluto de 22.325 trabalhadores contratados na categoria.
Os 100 mil foram comemorados pela categoria e se transformaram em marco histórico da recuperação de um setor que, nos anos 90, foi devastado pela política neoliberal dos governos Fernando Collor e Fernando Henrique. Quando Lula assumiu seu primeiro mandato, em 2003, a categoria tinha, na base, 77 mil trabalhadores (ver tabela abaixo).
RECUPERAÇÃO – Em 1989, no final do governo Sarney, havia 159 mil metalúrgicos na base do Sindicato. Fernando Collor assumiu em março de 1990 e, com a sua política de abertura econômica sem critérios, provocou o fechamento de empresas e demissões em massa.
No final de 1980, a categoria tinha 43,5 mil empregos a menos e havia sido reduzida
a 119 mil trabalhadores na base. Itamar assumiu, e a instabilidade econômica continuou. Quando FHC assumiu, em 1995, a base era de 110 mil trabalhadores e seguiu diminuindo.
CRISE, SÓ DE CRÉDITO – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, insiste na importância de garantir o acesso do trabalhador aos financiamentos para garantir que o País continue crescendo. Para o dirigente, os dados do Dieese provam que o mercado interno pode sustentar índices positivos, desde que os bancos não “sentem em cima do dinheiro para especular”.
“As empresas do setor querem manter seus investimentos para os próximos anos, o consumidor quer continuar comprando carros e outros bens duráveis, como eletroeletrônicos, o governo também fez a sua parte ao liberar empréstimos às montadoras e outros setores da economia, mas os bancos estão especulando, praticando juros abusivos, recusando liberação de crédito de longo prazo, apesar de terem sido beneficiados pela liberação do compulsório e outras medidas”, reclama Sérgio Nobre.
Segundo o presidente dos Metalúrgicos, se o brasileiro continuar consumindo, com consciência, o círculo virtuoso seguirá alimentado, ou seja: a indústria produz, vende, o banco garante o financiamento de longo prazo a juros normais, o consumidor compra e a empresa produz.
TABELA 1
Trabalhadores da base por grupos empresariais
(setembro de 2007 a setembro de 2008)
Setor Empregos gerados
Metalurgia 6.516
Produtos de metal 17.948
Informática, Eletrônica 3.064
Aparelhos e materiais elétricos 4.208
Máquinas e equipamentos 13.652
Montadoras e autopeças 54.517
Outros equip. transporte 370
Manutenção Instalação de máq. 2.338
TOTAL 102.213
TABELA 2
Evolução do emprego na base
Ano Total
1989 159.200
1990 119.255
1991 125.514
1992 116.728
1993 86.744
1994 119.198
1995 110.239
1996 97.827
1997 97.923
1998 82.038
1999 78.522
2000 82.026
2001 81.663
2002 78.855
2003 77.427
2004 85.721
2005 89.281
2006 90.612
2007 95.597
2008 102.213
Fonte: Subseção Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Da Assimp