Cresce número de famílias de classe média no ABCD

Maior número de pessoas saiu das classes C e D/E e passou a pertencer à B, que teve crescimento de 31,3% nos últimos oito anos

As famílias das classes C e D/E da Região subiram uma escala na pirâmide social nos últimos oito anos, o que significa que maior número de pessoas deixou de pertencer a uma faixa de renda mais pobre e passou a integrar um novo padrão, com maior poder de consumo. Houve um aumento de 31,3% das famílias representadas pela classe B no período: no ano passado eram 52,0% contra 39,6% em 2002. Ao contrário das faixas mais baixas que tiveram uma redução nessa faixa social.

Os fatores que permitiram a ascensão das famílias estão relacionados à política econômica desenvolvida durante os oito anos governo do ex-presidente Lula. As famílias carentes tiveram possibilidade de consumir mais em função do aumento no poder de compra; dos programas de transferência de renda como o Bolsa Família, além da estabilidade no emprego.

Os dados constam de pesquisa sócio-econômica do Inpes (Instituto de Pesquisas) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), que caracteriza as famílias pelo potencial de consumo e não pelo estrato de renda. O estudo é realizado a cada quatro meses e baseado no Critério Brasil, definido pela Abep (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa), conforme a posse de bens, o que as pessoas compraram, o que elas têm e a pretensão de compra.

Migração
Enquanto o número de famílias aumentou na classe B, as da C e D/E caiu, um movimento que mostra a migração de pessoas mais pobres para outro patamar de consumo. De acordo com o estudo, em 2002, 13,3% das famílias da Região eram representadas pelas classes D/E.

No ano passado, esse índice caiu para 3,7%, uma queda de 72%. A classe C teve uma redução no total de famílias de 1,9% em oito anos, de 37,2% para 36,5%.

Consumo
A estudante Leila  Majdub,19 anos, é uma entre os diversos consumidores que aproveita o boom do consumo. “Minha empregada precisava de um celular e acabei vindo comprar para ela. As lojas estão com boas promoções e também as condições de pagamento estão melhores do que nos últimos anos. Acho que a nossa economia está mais consolidada e isso acaba ajudando as famílias a comprarem mais”, ressalta.

O economista do Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André, Sandro Maskio, explica que o crescimento das classes C e D está impulsionando o ABCD e o País a alcançar o desenvolvimento em diversos setores. “Com o crescimento do consumo, automaticamente, a indústria e o comércio ampliam seus postos de trabalho, tanto para produção de mercadorias para atender a demanda como também nas vagas voltadas ao segmento de serviços”, disse.

O aumento do poder de compra do consumidor também é resultado do maior acesso ao crédito.

O superintendente regional da Caixa Econômica Federal no ABCD, Everaldo Coelho da Silva, lembra que no ano passado, o País conquistou excelentes resultados, um deles foi o crescimento do emprego.

“A nova classe média passou a organizar melhor suas finanças e com as facilidades de pagamentos oferecidas pelo mercado, a tendência é de que as famílias optem por entrar em um financiamento para ter uma casa própria  ou um veículo de locomoção. O mercado imobiliário está aquecido e a tendência é de que as famílias entrem em financiamentos para obter a sua própria residência”, frisa.

Do ABCD Maior