Crescem as manifestações de trabalhadores na União Europeia

Grécia, Itália e Espanha lutam contra os banqueiros e o Fundo Monetário Internacional

Agência Reuters

Manifestantes protestam na Grécia

Os trabalhadores da Grécia realizam hoje (29) uma greve geral de 24 horas em protesto contra o pacote do governo que tira direitos trabalhistas, diminui salários etc.

Na quinta-feira foram os sindicatos na Itália que organizaram uma greve geral que envolveu mais de um milhão de pessoas com o mesmo objetivo. Exigir a revogação de plano do governo que prevê congelamento de salários, demissões no setor público e aumento na idade para aposentadoria.

Na Espanha, os trabalhadores anunciaram uma greve geral no dia 29 de setembro, também em protesto contra a reforma trabalhista e do sistema previdenciário proposta pelo governo.

As lutas que os trabalhadores europeus fazem hoje é a mesma que fizemos nas décadas de 1980 e 1990 porque ambas são contra os mesmos inimigos: os banqueiros internacionais e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dívidas
O gatilho das mobilizações foi disparado em fevereiro, quando as bolsas de valores do mundo inteiro começaram a cair pela desconfiança de que alguns países da UE (União Europeia) não conseguiriam pagar suas dívidas.

Estas dívidas surgiram no meio da crise econômica mundial. Para diminuir seus impactos, os governos ajudaram o sistema financeiro com pacotes bilionários. Esses pacotes provocaram a queda na arrecadação e deixaram vários governos da UE bastante endividados.

FMI dita a receita e o povo paga
A Grécia, por exemplo tem dívidas que atingem 120% do PIB. Isto é, deve 20% a mais do que a soma de todas as riquezas que produz.

Seu governo teve que pedir dinheiro emprestado para pagar as contas. E os únicos lugares onde conseguiu o empréstimo foram os bancos internacionais.

Só que para liberar os empréstimos, os banqueiros exigiram que o país obedecesse as regras do FMI. As mesmas regras que quase provocam a falência do Brasil e de outros países da América Latina nas décadas de 1980 e 1990.

Entre as exigências do FMI estão um violento arrocho salarial, o corte nas aposentadorias, privatização do patrimônio público, abertura ao capital estrangeiro etc.