Crescem casos de depressão decorrentes do trabalho
Número de casos de depressão e demais transtornos mentais no trabalho aumenta mais que doenças tradicionais como lesões na coluna e nas articulações, segundo a Previdência.
Depressão cresce com trabalho
O médico Théo de Oliveira, coordenador do Departamento de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato, defendeu ontem uma forte intervenção da sociedade e do movimento sindical em particular no sentido de modificar a organização do trabalho. Para ele é necessário dar um pouco mais de autonomia e flexibilidade ao trabalhador para combater a depressão decorrente das condições de trabalho. “Os trabalhadores precisam de mais liberdade para respeitar seus limites pessoais”, afirmou.
A análise foi feita ao comentar o levantamento realizado pela Previdência Social entre 2006 e 2008, Bernardoque aponta um aumento de 0,4% para 3% nos casos de depressão e demais transtornos mentais e de comportamento na participação no volume total de auxílios-doença pagos na categoria de acidentes do trabalho.
O crescimento foi superior ao registrado por doenças na coluna e nas articulações e só não superou o registrado no grupo dos tumores.
No mesmo período caiu o número de acidentes de trabalho com lesões e traumatismo em geral.
Mesmo assim, Remigio Todeschini, diretor do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional da Previdência, avalia que haja subnotificação dos casos de depressão classificados como acidente no trabalho.
Théo concorda. “Atualmente os serviços de saúde estão mais bem preparados para fazer diagnósticos de doenças de fundo psicológico e identificar o nexo entre elas e as condições de trabalho e da gestão, de forma a entender como essas causas levam ao adoecimento psíquico. Porém não as reconhecem”, concluiu o médico.