Crescer 5% é o mínimo, projeta a Anfavea
O comportamento natural do mercado brasileiro de veículos em 2023 seria crescer, no mínimo, 5%. Esta foi a análise de Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, na palestra que abriu o Congresso AutoData Perspectivas 2023, que segue até a sexta-feira, 28, em ambiente online. Há uma justificativa lógica: ele apenas substituiu o desempenho do primeiro trimestre de 2022, prejudicado pela crise dos semicondutores, pelos três primeiros meses de 2021. Só essa diferença eleva em 5% as vendas locais.
Mas Lima Leite é ainda mais otimista: em conversas com fontes ligadas ao setor financeiro o que ouviu é que há projeções de crescimento de 10% do desempenho do mercado: “Independentemente do índice a convicção é de que 2023 será melhor do que 2022. Temos um cenário de redução do desemprego e da taxa de juros, que é importante para a concessão de crédito, e a expectativa de um PIB um pouco maior, podendo até surpreender”.
O presidente da Anfavea citou alguns fatores que podem jogar contra, como um novo soluço na cadeia de suprimentos que poderia gerar efeito negativo no ritmo de produção, e possíveis complicações na economia. De toda forma, seu otimismo se sobrepõe às adversidades e sua expectativa é de um desempenho positivo.
O que Lima Leite evitou projetar foi como será o desempenho do segmento de veículos comerciais pesados, que pode sofrer com a entrada em vigor das normas P8 do Proconve, equivalente ao Euro 6. A expectativa é a de elevação de preços na casa dos 20%. Outra questão que preocupa o executivo é a subida do tíquete médio dos automóveis que, segundo ele, vem tirando uma boa parcela dos consumidores do mercado: “Eles estão indo para o segmento de usados ou de motocicletas. Este é o nosso desafio: levar à sociedade uma mobilidade com custo mais baixo e trazer este consumidor de volta”.
Da AutoData