Crescimento do PIB dá “musculatura” ao País para enfrentar crise, diz Mantega
Para ele, aqueles que estão falando em recessão no ano que vem estão "profundamente" enganados e um crescimento de 4% "é uma meta"
O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no País durante o ano – apresentou crescimento de 6,8% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com igual período de 2007. A informação consta das Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas na segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou o desempenho da economia brasileira, afirmando que os números dão musculatura ao País para enfrentar a crise financeira global. “Os números nos colocam em condições mais favoráveis para o enfrentamento da crise”, disse Mantega. Para ele, aqueles que estão falando em recessão no ano que vem estão “profundamente” enganados e um crescimento de 4% “é uma meta que temos que trabalhar para alcançar” em 2009. Neste ano, o ministro estima crescimento entre 5,0% e 5,5% do PIB.
Para o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE) os resultados mostram a força, o dinamismo da economia brasileira. “E, portanto, nos permite antever que apesar dos efeitos da crise no Brasil, estamos entre os países que é reconhecido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como o mais bem situado para atenuar os efeitos da crise global”, disse Rands.
Empregos – O líder do PT acrescentou que a “preocupação central” do Brasil passa a ser a preservação dos empregos. “Temos que fazer uma grande campanha para garantir todas as medidas que preservem os empregos em 2009”. Para isso, defendeu o líder do PT, “deveríamos reduzir a taxa de juros – porque isso ajudaria a acelerar os investimentos – e discutir as metas de superávit, para que haja mais recursos para investimentos”.
Na avaliação do deputado Pedro Eugênio (PT-PE), “o resultado mostra o que as pessoas têm comentado, que a economia brasileira está vivendo um momento bom, apesar da crise mundial”. O parlamentar comentou ainda que o Brasil está preparado para enfrentar os problemas e efeitos econômicos que possam vir. “Não estamos tendo problemas como nos principais países desenvolvidos, como o desemprego e queda do padrão de vida . O momento para o nosso País é de expansão”, frisou.
Discurso – Segundo o deputado Fernando Ferro (PT-PE), os resultados deixam os partidos de oposição ao governo “sem discurso”. “A oposição não só fica sem discurso, como fica em desespero. Como disse o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, para os ´fracassômanos´, os números são uma péssima notícia. Os números revelam que o Brasil tem reagido de uma forma diferente para superar a crise, como reconhecem analistas de instituições financeiras de todo o mundo. Só a mídia brasileira é que não percebe isso”, disse.
Já para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), a crise financeira que o mundo vive hoje existe, mas o Brasil foi muito bem estruturado para enfrentá-la. “Estamos tendo a oportunidade de ver hoje o reflexo do dinamismo econômico do nosso País, fruto da ´distribuição de renda´, lema do governo Lula, que é ´crescer e desenvolver, mas com distribuição de renda e sustentabilidade. Apesar das dificuldades, o Brasil está avançando”, disse.
Para o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), “o crescimento é bom e saudável, a crise está chegando no nosso País, mas a economia está consolidada. Nossa única preocupação deve ser no futuro problema com indústrias, já que não estamos exportando”, destacou.
Segundo o IBGE, no terceiro trimestre do ano, o PIB cresceu 1,8%, em relação ao segundo trimestre, chegando a R$ 747,3 bilhões. Do total, R$ 631,5 bilhões são provenientes do valor adicionado a preços básicos e R$ 115,8 bilhões de impostos sobre produtos.
A despesa de consumo das famílias também cresceu no terceiro trimestre, com aumento de 2,8%. A despesa de consumo da administração pública teve elevação de 1,5%.
Já as exportações de bens e serviços apresentaram queda de 0,6% e as importações de bens e serviços cresceram 6,4%, apresentando o 12º crescimento seguido nessa base de comparação.
Do Informes PT