Crescimento emperrado: Gigante chinesa BYD começa a dar sinais de cansaço após expansão meteórica

Depois de protagonizar uma ascensão que pareceu imbatível, a BYD começa a mostrar sinais de que sua velocidade de crescimento talvez não seja sustentável. A montadora chinesa, que no ano passado já havia se consagrado como a sexta maior fabricante de veículos do mundo com 4,27 milhões de unidades vendidas, tinha metas ousadas para 2025: crescer 30% e alcançar a marca de 5,5 milhões de carros vendidos.

Mas internamente, o cenário é outro. Fontes próximas à operação revelaram que a BYD tem enfrentado dificuldades nos últimos meses, levando a cortes discretos em sua produção. Em pelo menos quatro fábricas, os turnos noturnos foram suspensos e a produção diária foi reduzida em até um terço. Planos de expandir com novas linhas de montagem também foram colocados em espera.

Essa desaceleração pode estar ligada a dois fatores: as vendas ficaram aquém das metas estabelecidas e o acúmulo de veículos em estoque se tornou uma preocupação real. A estratégia agressiva de reduzir preços e lançar uma série de modelos acessíveis alimentou a guerra de preços na China e em outros mercados, prejudicando margens e causando um inchaço nas concessionárias.

Só na China, os estoques da BYD atingiram uma média de 3,21 meses, muito acima da média nacional de 1,38 meses e a maior entre todas as marcas atuantes no país. Isso levou a Câmara de Concessionários de Automóveis da China a pedir que os fabricantes ajustem seus volumes de produção à demanda real. A BYD agora enfrenta o desafio de equilibrar crescimento com sustentabilidade, sob risco de ver sua trajetória de sucesso ser minada por excesso de ambição e planejamento otimista demais.

Do Notícias Automotivas