Criação do Inovar-Peças é estratégica para o setor

Apresentado ao Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, o Inovar-Peças segue modelo do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto


Autopeças precisam de uma política de desenvolvimento, diz Sérgio Nobre. Foto: Rossana Lana / SMABC

Documento propondo a criação do Inovar-Peças, um programa para as autopeças nos mesmos moldes do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, foi apresentado ao Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, em Brasília, pelo Conselho de Competitividade do Setor Automotivo.

“Queremos uma política de desenvolvimento para as autopeças que funcione como o Inovar-Auto para as montadoras”, explicou o secretário-geral da CUT e representante dos trabalhadores no Conselho de Desenvolvimento Industrial, Sérgio Nobre, que participou da apresentação.

Segundo ele, também foram apresentadas mais 14 medidas importantes para fortalecer e consolidar a cadeia de autopeças. Entre elas, a implantação de um método de controle de utilização de conteúdo nacional, a criação de um conjunto de normas técnicas para peças usadas no Brasil e a análise de importações brasileiras de autopeças, entre outros.

“Essas medidas estão no Inovar-Auto e tiveram a participação dos Metalúrgicos do ABC, mas ainda precisam ser regulamentadas”, contou Sérgio Nobre. “Por isso foram incluídas no documento”, prosseguiu.

Todas essas reivindicações estão no Plano Brasil Maior onde são chamadas de agenda estratégica do setor automotivo, que prevê também estudos para a redução de custos do aço, plástico e energia elétrica, um plano de saneamento fiscal para as micro, pequenas e médias empresas e a desoneração da folha de pagamentos das ferramentarias.

Agenda contempla eficiência energética, segurança e Mercosul
Entre os objetivos da agenda estratégica do setor automotivo do Plano Brasil Maior, a eficiência energética, a consolidação no Mercosul e a segurança dos veículos também estão contempladas.

No quesito eficiência energética, a proposta é a elaboração de normas que possam entrar em vigor depois do final do Inovar-Auto, em 2017, além da padronização com os modelos europeu e norte-americano.

Centro de teste
Aumentar a segurança dos veículos produzidos no Brasil é outro dos objetivos estratégicos apresentados. Para isso, os testes de segurança devem se tornar obrigatórios e incluir avaliação de danos para mulheres, crianças e pedestres.

Como o País não tem um centro de testes, o documento prevê o planejamento para sua instalação, além de treinamento de engenheiros para auditorias e certificação.

Medidas para a cadeia de autopeças

– Criação do Inovar-Peças.
– Implantar sistema de aferição do conteúdo nacional de peças nos produtos automotivos.
– Auditar e monitorar os produtos do regime automotivo quanto ao conteúdo nacional.
– Criar política que aumente o valor local na produção de autopeças.
– Criar Nomenclaturas Comuns do Mercosul.
– Analisar a qualidade e quantidade das importações.
– Acompanhar a origem e destino das importações.
– Elaborar regulamentos técnicos adicionais.
– Criar bônus de certificação para as pequenas e médias empresas.
– Diagnosticar demanda e oferta.
– Desonerar a folha de pagamento das ferramentarias.
– Criar linha especial de crédito para fusões, aquisições e parcerias estratégicas.
– Criar um plano para o saneamento fiscal das micro, pequenas e médias empresas da cadeia.
– Estudar alternativas para redução do custo de aço, plástico e energia.
– Analisar a tributação para elaborar proposta de aperfeiçoamento.

Da Redação