Crianças seguem como vítimas do trabalho

O Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, que aconteceu ontem, mostrou que houve avanços, mas ainda existe muito a ser feito, principalmente na área rural.

O governo federal espera
retirar mais de 1,5 milhão
de crianças do trabalho infantil
ainda neste ano mas,
mesmo assim, ainda restarão
outros 1,5 milhão nessas condições.

Os últimos dados da
Organização Internacional
do Trabalho (OIT), de 2004,
mostram que, no mundo, o
número de crianças trabalhadoras
caiu cerca de 10% desde
2000.

Nesse período, a queda
na América Latina foi muito
boa, liderada pelo México e
Brasil. Antes, 16% das crianças
e jovens até 16 anos trabalhavam.
Em 2004 esse
percentual caiu para 5%.

Mesmo assim, os números
são assustadores.

A OIT calcula que existam
cerca de 218 milhões de
crianças e jovens trabalhadores
no mundo todo e mais de
22 mil morrem a cada ano
devido a suas atividades. Desse
total, 70% do trabalho infantil
está no setor agrícola e
tem entre 5 e 14 anos.

A propósito, a agricultura
é um dos setores mais perigosos,
com horários de trabalho
excessivamente longos,
exposição a produtos químicos
perigosos e transporte de
cargas pesadas.

Na área urbana, a criança
trabalha principalmente
em casa, no comércio e em
atividades como reciclagem
de materiais.

Para a OIT, a única maneira
de acabar com o trabalho
infantil é diminuir a pobreza,
principalmente na
área rural.

Remédio – A entidade cita os programas
brasileiros Programa
de Erradicação do Trabalho
Infantil, Bolsa Família e Toda
Criança na Escola como
exemplos que incentivam as
crianças, e suas famílias, a trocar
o trabalho pelas salas das
escolas.

Além desses programas,
ontem, Dia de Luta pela
Erradicação do Trabalho Infantil,
o governo federal iniciou
campanha para incentivar
a população a identificar
a situação de trabalho infantil
e denunciar pelo telefone
0800-707-2003.

A Constituição proíbe
qualquer tipo de trabalho
para menores de 16 anos,
menos para aprendizes a partir
de 14 anos.

A campanha quer mostrar
que colocar a criança
para trabalhar é perpetuar
um ciclo de pobreza que prejudica
a própria família.

“Mudar essa cultura depende
de vigilância, da disposição
das pessoas de denunciar,
saindo do individualismo
e adotando uma participação
cidadã”, disse Márcia
Lopes, secretária do Ministério
do Desenvolvimento
Social.

Jornada Cidadã em Santo André

Está marcado para
esta sexta-feira o debate
Exploração Sexual e Trabalho
Infantil, a partir
das 18h, no Sindicato dos
Bancários do ABC, em
Santo André.

Antes, a partir das
16h, haverá caminhada
entre a praça da Igreja do
Carmo e o Sindicato, na
Rua Xavier de Toledo,
268, Centro. As atividades
fazem parte da Jornada
Cidadã deste ano.