Crise afeta popularidade do governo, mas aprovação ainda é a maior da história

Mas o levantamento do Ibope-CNI revela que ainda não há pânico entre a população. A maioria, ou 83%, acreditam que a despeito da crise, 2009 será um ano "bom ou muito bom

Demorou quase seis meses, mas a crise global atingiu a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas mesmo caindo seis pontos neste mês, conforme apontou pesquisa do Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lula registra aprovação pessoal elevada em 78%, um recorde acima do obtido por todos os seus presidentes que o antecederam.

A avaliação positiva do governo, que em dezembro tinha batido o recorde de 73%, caiu nove pontos, para 64%. O abalo coincide com um aumento de percepção da população sobre a crise financeira global e seus efeitos danosos em nível individual pelo canal do desemprego.

Segundo o levantamento, 68% acreditam que o desemprego vai aumentar nos próximos seis meses. Em dezembro, esse grupo era de 63%. E aumentou de 75% para 81% a quantidade de entrevistados que passaram a ter conhecimento da crise e seus prejuízos mundo afora.

Na avaliação específica sobre a crise financeira, diminuiu o número de brasileiros que aprovavam a atuação do governo contra a crise. Em dezembro, 62% apontavam que o governo estava tomando as medidas corretas. Agora, são 59% aqueles que mantêm tal percepção.

O número dos entrevistados que passaram a sentir os efeitos da crise diariamente se ampliou de 29% para 37%. Mais sintomático ainda sobre o aumento do pessimismo é que um grupo menor, de 32%, ainda acredita que a crise vai acabar em 2009. Na pesquisa anterior, a maioria ou 51% acreditavam que as turbulências eram de curta duração.

Dificuldade para pagar dívidas já contraídas (32%) é o principal efeito apontado na pesquisa CNI/Ibope realizada entre os dias 11 e 15 deste mês. Em seguida, vem a perda de emprego, cuja percepção subiu de 16% para 27%.

Para o diretor da CNI, Marco Antônio Guarita, não há outra razão para a queda nos índices de aprovação do governo, pois “o cenário de crise parece ter influenciado na percepção geral”.

Mas o levantamento revela também que ainda não há pânico. A maioria, ou 83%, acreditam que a despeito da crise 2009 será um ano “bom ou muito bom”, enquanto 12% apontam que será “ruim ou muito ruim”.

Das Agências