A avaliação positiva do governo, que em dezembro tinha batido o recorde de 73%, caiu nove pontos, para 64%. O abalo coincide com um aumento de percepção da população sobre a crise financeira global e seus efeitos danosos em nível individual pelo canal do desemprego.
Segundo o levantamento, 68% acreditam que o desemprego vai aumentar nos próximos seis meses. Em dezembro, esse grupo era de 63%. E aumentou de 75% para 81% a quantidade de entrevistados que passaram a ter conhecimento da crise e seus prejuízos mundo afora.
Na avaliação específica sobre a crise financeira, diminuiu o número de brasileiros que aprovavam a atuação do governo contra a crise. Em dezembro, 62% apontavam que o governo estava tomando as medidas corretas. Agora, são 59% aqueles que mantêm tal percepção.
O número dos entrevistados que passaram a sentir os efeitos da crise diariamente se ampliou de 29% para 37%. Mais sintomático ainda sobre o aumento do pessimismo é que um grupo menor, de 32%, ainda acredita que a crise vai acabar em 2009. Na pesquisa anterior, a maioria ou 51% acreditavam que as turbulências eram de curta duração.
Dificuldade para pagar dívidas já contraídas (32%) é o principal efeito apontado na pesquisa CNI/Ibope realizada entre os dias 11 e 15 deste mês. Em seguida, vem a perda de emprego, cuja percepção subiu de 16% para 27%.
Para o diretor da CNI, Marco Antônio Guarita, não há outra razão para a queda nos índices de aprovação do governo, pois “o cenário de crise parece ter influenciado na percepção geral”.
Mas o levantamento revela também que ainda não há pânico. A maioria, ou 83%, acreditam que a despeito da crise 2009 será um ano “bom ou muito bom”, enquanto 12% apontam que será “ruim ou muito ruim”.
Das Agências