Crise derruba socialistas na Espanha
Após uma semana de protestos que reuniram dezenas de milhares de pessoas, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), no poder desde 2004, sofreu uma derrota histórica nas urnas e perdeu em 11 dos 13 estados onde houve eleições.
A surra dos socialistas não foi surpresa. Tragado pela crise da dívida que assola a Europa, o governo têm adotado medidas de arrocho que derrubaram sua popularidade junto a população.
A novidade foi o movimento convocado pela internet por jovens liberais da classe média (58% tem até 35 anos) que tomou de forma espontânea e surpreendente as principais praças de 60 cidades espanholas.
Eles manifestavam sua revolta contra a política de austeridade do PSOE, que causou no país o desemprego mais alto da Europa e atingiu 21% da população ativa, sendo 40% de jovens – os dois índices são o dobro do registrado no continente.
A mobilização também alcançou sucesso porque, em gesto inusitado para um dos países mais democráticos do planeta, os manifestantes pediam à população para não votar em qualquer partido nas eleições.
Na opinião deles, o voto perdeu a validade na Espanha, pois quem quer que vencesse obedeceria as ordens do sistema financeiro internacional.
Após Grécia, Irlanda e Portugal, a Espanha é apontada como o próximo país europeu a recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para pagar suas dívidas.
Como ocorreu nas demais nações, já se sabe que o Fundo vai impor medidas de arrocho ainda maiores que as enfrentadas pelo povo espanhol atualmente.
É justamente contra isso que a população ocupou as praças. Os resultados do movimento ainda estão em aberto, mas apontaram para uma necessidade inadiável de mudanças na Europa.
Da Redação