Crise dos chips deve se estender para 2023, afirma Anfavea
Neste ano, 300 mil unidades devem deixar de ser produzidas no Brasil por falta do componente eletrônico
A crise dos semicondutores deve se estender por mais tempo do que se esperava. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, disse que pelas estimativas do mercado o abastecimento de chips para a indústria automotiva deve se regularizar em 2023 e não na segunda metade de 2022, como se imaginava.
Pelos cálculos, de 10 milhões a 12 milhões de veículos devem deixar de ser produzidos no mundo. No Brasil, segundo Moraes, essa perda na produção deve chegar a 300 mil unidades. Ele disse que em 2022 a indústria brasileira ainda enfrentará um novo desafio, agora o macroeconômico, com taxa de juros e inflação em crescimento e a perspectiva de PIB negativo.
Neste ano, a produção de veículos deve crescer entre 6% e 10%, segundo estimativas da Anfavea, divulgadas ontem. Entretanto, a perspectiva anterior era de alta de mais de 20%. Até outubro, de acordo com dados da entidade, foram fabricados 1,82 milhão de veículos, uma evolução de 16,7%.
Em outubro, no entanto, a produção de veículos caiu 24,8% em relação ao mesmo período de 2020. Foram fabricadas 177,9 mil unidades no mês passado. Os licenciamentos no mês passado também foram os piores dos últimos cinco anos. Foram vendidos 162,3 mil veículos, uma queda de 24,5% no comparativo com outubro de 2020. No acumulado, no entanto, os emplacamentos apresentaram alta de 9,3%, chegando a 1,73 milhão de veículos.
Do Valor Econômico