Crise financeira da matriz chinesa não afeta planos para o Brasil, diz Neta

Marca vendeu somente 36 veículos no País no primeiro trimestre

Representantes de parte das cerca de trezentas concessionárias da Neta na China estiveram na segunda-feira, 14, em frente à sede da empresa para protestar contra a montadora, que, segundo eles, não tem entregado veículos já pagos e até negociados com os clientes finais desde meados do segundo semestre do ano passado.

É mais um capítulo de uma crise que só tem se avolumado nas últimas semanas. A startup de veículos elétricos do Grupo Hozon New Energy Automobile — que chegou ao Brasil como Neta Auto no ano passado — vem enfrentando quadro de dificuldades financeiras e praticamente paralisou as operações comerciais na China neste ano, com queda de 98% dos licenciamentos. Em janeiro e fevereiro, a marca negociou somente 487 veículos.

Os revendedores locais mantiveram as operações, apesar de terem quitado veículos que nunca foram entregues e, para isso, tomaram empréstimos que agora se transformaram em ações judiciais de bancos e clientes. A imprensa chinesa afirma ainda que são vários os relatos de demissões e cortes salariais na Neta, que também não tem saldado dívidas com fornecedores desde meados de 2024.

O CEO da Hozon New Energy, Fang Yunzhou, reafirma a continuidade dos planos traçados para o Brasil e pretende “dar segurança para os concessionários já nomeados”. “Em primeiro lugar, admitimos o período de reformas da matriz da Neta e ajustes organizacionais importantes. Estamos próximos de anunciar que a Neta conta com novos investimentos e está no caminho da recuperação passo a passo”, afirma o executivo, que acrescenta que o Brasil seguirá como prioridade das ações internacionais da marca.

Do AutoIndústria