Crise na Europa: França sem emprego
Desemprego, revolta, pedido de empréstimo, rebaixamento de nota de crédito. A crise não é de hoje e, por isso, os efeitos são cada vez mais danosos. As características que podem traduzir uma pessoa desesperada com sua falência são aplicadas à Zona do Euro. A França anunciou ontem que o número de pessoas desempregadas no país subiu em julho pelo terceiro mês seguido, atingindo o maior nível em mais de 11 anos. O total de franceses sem trabalho chega a 2,76 milhões.
A França, com área territorial de 544 quilômetros quadrados, é um país com dimensão semelhante à de Minas Gerais (586 quilômetros quadrados). A população francesa, contudo, é 3,4 vezes maior, somando 66 milhões de pessoas. Mas, para se ter ideia, o número de desempregados franceses é superior aos habitantes da capital Belo Horizonte. Isso em um dos 17 países da União Europeia. Em toda a região, são 22,5 milhões de homens e mulheres sem emprego, conforme dados para junho da instituição Eurostat.
A taxa de desemprego na região beira os 10% (9,9%). O valor médio, mantido desde março, pode ter uma tradução simples, mas que assusta: um em cada dez europeus em idade de trabalhar está à procura de um trabalho e não o encontra.
Para discutir a crise na Europa e o próximo encontro do G-20, grupo das maiores economias mundiais, o presidente da França Nicolas Sarkozy se reuniu ontem com o presidente chinês Hu Jintao, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua. Hu Jintao afirmou que uma ampliação da cooperação entre os dois países terá um papel importante na recuperação econômica global. Disse ainda que vai manter estreita vigilância sobre a Europa e espera que reformas financeiras por parte de alguns países sejam bem sucedidas. A França divulgou recentemente um plano de austeridade, mas analistas consideram improvável que ele evite que o país perca seu rating de crédito AAA.
Ontem o banco UBS reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China, mas que ainda é de causar inveja em qualquer país europeu. A previsão de expansão é de 9% neste ano, ante projeção de 9,3%. Para 2012, a instituição vê avanço de 8,3%, abaixo da estimativa anterior de 9%. “Esta revisão reflete as perspectivas de crescimento muito mais fraco nas economias desenvolvidas”, afirmou Wang Tao, economista do banco na China, por meio de relatório.
Na Grécia, principal país afetado pela crise, a taxa de desemprego atingiu recorde de 16,6% em maio, a mais alta desde janeiro de 2004, quando a agência de estatísticas do país começou a compilar os dados. O número de pessoas sem trabalho superou 822 mil. Na Espanha, o quadro também é crítico, embora com suspiros. O desemprego no país caiu em julho pelo quarto mês consecutivo, resultando, porém, em 4,08 milhões desempregadas, segundo o Ministério do Trabalho e Imigração.
Alívio para o Brasil
A Standard & Poors, agência que baixou a nota de crédito dos Estados Unidos, melhorou ontem a avaliação do Brasil. Aumentou para “positiva” a perspectiva da nota brasileira em moeda local, o que significa a possibilidade de aumento da nota entre 12 e 18 meses. A avaliação anterior era “estável”. A classificação da dívida brasileira foi mantida em “BBB+”.
Do Estado de Minas