Crise no sistema capitalista e novo marco regulatório

Os conflitos trabalhistas no interior das fábricas cresceram nas primeiras décadas do século passado, apesar dos mecanismos de controle introduzidos pela organização científica do trabalho e pelo fordismo.

O encaminhamento desses conflitos foi influenciado por dois grandes acontecimentos que determinaram o curso da história contemporânea, com impacto decisivo no mundo do trabalho: a recessão de 1929 e a Segunda Guerra Mundial.

A crise econômica de 1929-1930 logo se alastrou pelo mundo capitalista como uma profunda recessão, provocando uma onda de falências e gerando o desemprego em massa numa dimensão jamais vista.

A solução para crise acabou sendo um novo projeto de desenvolvimento fortemente influenciado pela teoria econômica de John Keynes.

De acordo com o economista inglês, o Estado devia intervir na crise promovendo, através de investimentos diretos, a recuperação da economia.

Devia também estabelecer um marco legal com o objetivo de regular as relações entre capitais e os conflitos de interesse entre o capital e o trabalho. Além disso, devia assumir como sua responsabilidade a criação de uma ampla rede de proteção social.

Os pressupostos de sua teoria foram adotados pelo governo americano de Franklin D. Roosevelt ao implementar políticas de desenvolvimento conhecidas como New Deal.

No que diz respeito às relações entre capital e trabalho, o Congresso americano aprovou em 1935 a Lei Wagner, que formalizou o reconhecimento do sindicato e da representação sindical no local de trabalho e, ao mesmo tempo, instituiu a negociação coletiva como mecanismo de solução para os conflitos trabalhistas.

Os trabalhadores tiveram que esperar o final da Segunda Guerra Mundial para que um novo marco legal desse corpo a instituições sólidas e, ao mesmo tempo, se transformasse em parâmetro efetivo para a dinâmica das relações de trabalho.

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