Crise política é absolutamente irracional, diz Rafael
Foto: Adonis Guerra
Durante o ato de lançamento do manifesto pela retomada do crescimento econômico no Brasil, na manhã de ontem, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, criticou a atitude do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de estabelecer um processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff, em represália à decisão da bancada do PT que apoiou a investigação de Cunha por falta de decoro parlamentar pelo Conselho de Ética da Casa.
“Estamos enfrentando um ano muito difícil, com crise econômica persistente e uma crise política absolutamente irracional, que recai sobre todos nós”, disse.
Rafael afirmou que, apesar do encontro ter sido marcado previamente, construir novas bases de natureza política e econômica para influenciar 2016 se tornou ainda mais urgente pelo absurdo que aconteceu anteontem em Brasília.
“A política brasileira está completamente ameaçada por chantagens, que acontecem no País por pessoas que não estão pensando nos trabalhadores, na sociedade, na economia ou que não querem transformar o Brasil em um País mais justo e solidário”, avaliou.
Para o presidente dos Metalúrgicos do ABC, essa forma de fazer política é oposta ao que a CUT, as demais centrais sindicais e as entidades patronais, que participaram do ato em São Paulo, estão comprometidas.
“Queremos um Brasil crescendo, evoluindo, gerando riquezas para, justamente, distribuir essa riqueza, gerar mais oportunidades para os trabalhadores e, inclusive, para o empresariado brasileiro”, defendeu.
Rafael destacou que o número de adesões de apoio ao documento “Compromisso pelo Desenvolvimento” (Clique aqui e confira o documento na íntegra) aumentou durante o ato. “A maioria das lideranças brasileiras é composta de gente decente, batalhadora e que está olhando para o futuro do Brasil a partir do que o País tem de melhor”, disse. O documento será entregue à presidenta Dilma Rousseff no próximo dia 9, em Brasília.
“O Brasil passa por um momento difícil, mas há soluções e temos que encontrá-las. A solução passa por estabilizar a nossa condição política e encontrar saídas, por exemplo, para o setor de petróleo e gás, que é um dos debates da atividade. Essas empresas são grandes empregadoras, seja direta ou indiretamente, e que precisam de solução para esse caso”, afirmou.
“Grande parte das empresas destes setores está envolvida na Operação Lava Jato, mas não é a empresa e nem o trabalhador que tem que pagar a conta dos problemas éticos que estão na nossa sociedade. E não é com a crise política que vamos encontrar uma saída inteligente para a retomada do crescimento do nosso País”, declarou o presidente.
Sobre o caso da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Rafael avaliou como uma tragédia.
“É um deputado que começou o ano com muita força, tentou impor uma derrota aos trabalhadores pela terceirização e nós tivemos a capacidade de resistir. E, de forma indecente, tem chantageado a todos sem nenhuma preocupação, sem nenhum pudor”.
Rafael classificou como retaliação à Comissão de Ética, contra uma postura correta dos deputados que votaram pela continuidade do processo contra Cunha, inclusive os do PT.
“É essa retaliação descabida que nós temos que ser contra. Eduardo Cunha não tem moral para liderar esse processo, muito menos para iniciá-lo, mas ele começou e, agora, vamos fazer a luta. A luta social em defesa da democracia”, enfatizou.
“Essa figura, que preside uma das grandes instituições do nosso País, deve ser varrida do cenário político nacional. Porque o Congresso Nacional, sob o comando de Eduardo Cunha, virou um hospício e o País não pode ficar nas mãos de gente com essa postura”, concluiu Rafael.
Da Redação.