Crise traz onda de precarização pelo mundo, relatam delegados do 32° Congresso da Fitim

"Até os norte americanos, que sempre mostraram uma certa arrogância, pediram ajuda para conter a onda de demissões e os ataques das empresas aos direitos dos metalúrgicos", descreveu Sérgio Nobre, presidente do nosso Sindicato, um dos 800 delegados que participam do evento.

A crise econômica ameaça com a precarização e corte de direitos de trabalhadores no mundo todo e atenta contra a liberdade sindical. Essa é uma síntese dos relatos de sindicalistas presentes no 32º  Congresso da  Federação Internacional dos Metalúrgicos que acontece em Gotemburgo, na Suécia.

 

“Até os norte americanos, que sempre mostraram uma certa arrogância, pediram ajuda para conter a onda de demissões e os ataques das empresas aos direitos dos metalúrgicos”, descreveu Sérgio Nobre, presidente do nosso Sindicato, um dos delegados.

 

Segundo Sérgio, os metalúrgicos nos países desenvolvidos são os que sentem mais acentuadamente os efeitos da crise mundial. “Aqui na Suécia, quatro em cada dez empregos foram perdidos nos últimos meses”, disse.

 

Junto a isso, o dirigente constatou que a liberdade de organização sindical e de negociação vem sendo limitada no mundo. “Os casos mais extremos foram apresentados por companheiros mexicanos e colombianos. Em seus países dirigentes são perseguidos e mortos e as entidades sofrem intervenção do Estado”, descreveu.

 

Tanto, que o Congresso votará hoje um plano de ação regional para o fortalecimento da atividade sindical nos países. Uma das medidas será um ato de solidariedade no México com participação de sindicalistas do mundo todo.

 

Também chamou a atenção dos brasileiros, contou Sérgio, a aprovação de uma declaração contra o racismo de países ricos que desenvolvem políticas de marginalização e discriminação aos trabalhadores imigrantes. A declaração foi proposta por metalúrgicos italianos, com o argumento de que seus antepassados foram recebidos em quase todos os países do mundo.

 

O  Congresso, que se encerra amanhã, reúne dirigentes de mais de 100 países, representantes de aproximadamente 25 milhões de metalúrgicos de todo o mundo. De nossa base também participam Wagner Santana, o Wagnão, secretário geral, e Walter Sanches, do CSE na Mercedes e secretário da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT).

 

Da Tribuna Metalúrgica