CSE na Rassini doa 40 cestas básicas a ex-trabalhadores na Movent

Desde fevereiro, companheiros enfrentam consequências de demissões em massa e do calote nas verbas rescisórias. Ação reforça apoio e mobilização sindical na luta por direitos.

O CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Rassini, em São Bernardo, mostrou mais uma vez que solidariedade e luta caminham juntas no Sindicato. Na última sexta-feira, 8, a representação na fábrica entregou 40 cestas básicas aos ex-trabalhadores na Movent, em Diadema, que desde fevereiro enfrentam as consequências de demissões em massa e do calote nas verbas rescisórias. Cada integrante do comitê — Nando, Lucas, César e Birutinha — contribuiu com dez unidades, reforçando que o apoio concreto no dia a dia é parte essencial da defesa de direitos.

“O DNA dos Metalúrgicos do ABC sempre foi de luta e resistência, com a visão de uma sociedade mais igualitária e democrática. Temos CSEs atuantes, que levam para dentro e fora das fábricas a defesa da igualdade e do social”, afirmou o coordenador do CSE na Rassini, Antônio Elandio Bezerra, o Nando.

O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, ressaltou que a prioridade é assegurar que os bens ainda existentes sejam destinados ao pagamento dos que foram lesados. “Os patrões desapareceram, deixando prejuízo não só para os trabalhadores, mas também para fornecedores e clientes. É a solidariedade que mantém nossa luta viva”, disse.

Já o coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, destacou que o gesto na Rassini precisa inspirar novas ações na base. “Sabemos que o prejuízo que os companheiros na Movent sofreram é muito maior, foram anos de dedicação e, no fim, saíram sem nada. É preciso fortalecer a solidariedade. É fundamental que cada comitê leve essa ação para dentro das fábricas, que possamos visitar, conversar e participar dessa luta junto aos companheiros e companheiras que mais precisam de apoio neste momento”.

Entenda o caso
A crise teve início em julho de 2018, quando a Dana foi adquirida pelo Grupo Movent. Logo começaram os atrasos salariais e o não recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Férias, 13º, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), plano médico e outros direitos também passaram a ser descumpridos. Em 2023, a empresa mantinha cerca de 440 trabalhadores, mas, a partir de abril, iniciou cortes drásticos, chegando a 282 demissões sem pagamento de verbas rescisórias. Ainda naquele ano, ingressou com pedido de recuperação judicial.

Em 2024, as demissões em massa continuaram, novamente sem quitação dos direitos. Ao longo de todo o período, o Sindicato firmou diversos acordos com a Movent, jamais cumpridos integralmente pela empresa. Hoje, o apoio da categoria e a mobilização sindical seguem como as principais armas para garantir que esses trabalhadores recebam o que é devido.