Cultura machista precisa mudar
Rita Leme é psicóloga e assessora do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de São Paulo. É dela a coordenação da mesa Nossos corpos nossa vida, as mulheres e a subjetividade feminina que vai debater no 2º Congresso assuntos da mulher que não estão na esfera do trabalho ou da luta sindical. Ela deu a seguinte entrevista para a Tribuna.
O que será a oficina?
Nos movimentos sindical e político as pessoas acabam atuando segundo um perfil estabelecido para aquele local. No caso dos sindicatos, que é um ambiente masculino, as pes-soas esquecem um pouco da essência feminina. Nesta oficina quero fazer uma prática de percepção sobre o feminino.
Um ambiente masculino impede que essa essência apareça?
Não impede, mas dificulta porque existe um comportamento com um tom mais masculino. Mudar essa cultura vai de uma tomada, por todos, da consciência feminina.
Um termo que já é moda é empoderamento que, parece, é a mulher buscando espaço de poder…
Na verdade, precisamos legitimar a luta da mulher em busca de mais espaços de poder. Menos mulheres nos cargos de decisão, no parlamento etc, não é um problema só nosso, dos brasileiros. A gente (mulheres) avança bastante em direitos e pouco em mudar a cultura machista.
Como mudar essa cultura?
É preciso que as pessoas tenham novas atitudes. Hoje, alguns homens já dividem o trabalho doméstico. A educação pode ajudar muito, desde que deixe de reproduzir o que a sociedade estabeleceu como papel da mulher e papel do homem.