Curso sobre História da África cita deficiência da saúde à população negra

A questão das enfermida­des mais frequentes na popu­lação negra no País foi um dos pontos altos da quinta aula sobre História da África, na semana passada. O encon­tro no Centro de Formação Celso Daniel reuniu traba­lhadores e representantes de entidades na região.

Segundo a especialista em Educação para as Relações Etnicorraciais, Regina Lúcia dos Santos, a culpa é da falta de educação temática aos médicos.

“Entre as doenças mais co­muns estão as derivadas das condições socioeconômicas, como alcoolismo, toxicoma­nia, desnutrição, mortalidade infantil e transtornos men­tais”, lembrou o coordenador da Comissão de Igualdade Racial do Sindicato, José Laelson de Oliveira, o Leo Superliga.

Já o presidente do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial, o Inspir, Ramatis Jacino, levantou a questão das diferenças finan­ceiras entre brancos e negros. Ele citou o incidente com um jovem negro desarmado nos EUA, morto por um policial branco ao entrar em uma loja em agosto passado.

“Ele mostrou que apenas pelo fato do jovem ser negro, hou­ve a desconfiança do roubo. A morte gerou revolta e protes­tos pelo país”, afirmou Leo.

O curso está previsto na Lei 10.639, que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particulares no País. O próximo encontro acontecerá dia 13 de ou­tubro, também no Centro de Formação Celso Daniel. Informações no 4128-4282.

 “Racismo já virou epidemia no País”, denuncia Leo

O coordenador da Comissão de Igualdade Racial do Sin­dicato, José Laelson de Oliveira, o Leo Superliga, afirmou que o racismo virou epidemia no País. “O caso do Aranha, do Santos, não é o primeiro e nem será o último”, disse.

“Após a torcida do Grêmio chamar o goleiro de preto fedido e de macaco, a punição dada ao time e aos torcedores envolvidos no caso foi pequena, com multa e exclusão do campeonato. En­quanto as pessoas não respeitarem a igualdade racial, este tipo de atitude lamentável vai continuar”, lamentou Leo.

Na partida de ida entre Santos e Grêmio há duas semanas em Por­to Alegre, pela Copa do Brasil, o jogador foi ofendido por torcedo­res gaúchos. No dia seguinte, ele registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.

A torcedora Patrícia Moreira foi uma das flagradas por imagens de TV xingando Aranha. Ela teve de dar depoimento à polícia e pediu desculpas ao goleiro. Já o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, depois de perder o jogo de ida por 2 a 0, na arena gaúcha.

“Denuncie. O racismo é crime, sua prática tem como consequên­cia multas, prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, e pode chegar a cinco anos de reclusão”, alertou Leo.

Da Redação