CUT apóia reeleição de Lula
Por maioria de votos, os cerca de 2.300 delegados presentes ao 9º Congresso
da CUT (Concut) aprovaram ontem apoio à reeleição do presidente Lula. “É o
reconhecimento dos trabalhadores que Lula representa um avanço para a classe
operária”, definiu o presidente do Sindicato José Lopez Feijóo. Delegados
nacionais e convidados internacionais no congresso compartilham da mesma
opinião. O evento termina amanhã.
Por ampla maioria, os cerca de 2.300 delegados no Congresso Nacional da CUT
aprovaram ontem à tarde total apoio à candidatura e reeleição do presidente
Lula.
“Foi o reconhecimento, pelos trabalhadores aqui presentes, que o governo Lula
tem representado um avanço para a classe trabalhadora”, disse o presidente do
Sindicato, José Lopez Feijóo.
Ele comentou que o governo Lula tem de continuar, pois ele significa mais
igualdade social. “Com o governo Lula, os trabalhadores avançaram nas
conquistas. Enquanto Lula ouve os trabalhadores, os governos neo-liberais nem
recebem a CUT para saber quais suas reivindicações e propostas”, comentou ele.
Feijóo disse que a decisão terá bastante peso político, já que a CUT conta
com mais de 3.500 entidades filiadas, que representam 22 milhões de
trabalhadores.
Reeleição é fundamental – A decisão de apoiar a reeleição
foi aplaudida por Dora Loiola, da direção executiva da CUT da Bahia. Ela disse
que garantir a reeleição de Lula é fundamental para os trabalhadores. E deu um
exemplo: “A região metropolitana de Salvador era a campeã de desempregos no
Nordeste e agora é uma das que mais se desenvolve no País”, disse ela.
Dora disse que o governo federal faz pesados investimentos em todas as áreas.
“Só o programa Bolsa Família atende a 1,7 milhão de pessoas no meu estado”,
comentou Dora.
Menos fome – Essa é a mesma opinião de Bartolomeu Manuel de
Souza, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Floresta, Pernambuco. “O governo
Lula é importante para a população. Os programas sociais reduziram a fome em
Pernambuco e deram o direito das crianças e jovens irem à escola”, contou
ele.
Para o segundo mandato de Lula, Souza reivindica avanços na reforma
agrária.
Também João Marcelino das Rosas, do sindicato gaúcho da alimentação, quer um
segundo governo Lula. “Aumentaram as carteiras assinadas, o Bolsa Família atende
milhões de pessoas e tem mais pobres estudando nas universidades”, enumerou
ele.
Marcelino pede avanços na reforma sindical. “Precisamos garantir nossa
organização no local de trabalho”, disse.
“Vamos lutar juntos contra o neoliberalismo”
“É importante para nós que Lula tenha um segundo mandato”, disse o uruguaio
Fernando Berasain, secretário da Coordenação de Sindicatos do Cone Sul.
Ele disse que Lula, como presidente, investe na integração dos países do
Mercosul, o que acaba sendo muito bom para países pequenos como o Uruguai.
Juan José Gorritti, da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru, afirmou
que o governo Lula fortalece a luta contra o neoliberalismo.
Gorritti lembrou que em seu país, em 1992, a ditadura do governo Fujimori
implantou o neoliberalismo, que flexibilizou a legislação trabalhista e
precarizou o emprego. Hoje, 80 % dos trabalhadores estão na informalidade ou em
serviços precários. “A única forma de enfrentarmos o neoliberalismo é lutarmos
juntos”, concluiu.
Para Fulvio Fammoni, secretário da Confederação Geral Italiana dos
Trabalhadores, a vitória de Lula é decisiva para a consolidação do processo de
democratização dos países sul-americanos.
O dirigente recorda que, depois da vitória de Lula, foram eleitos governos
populares na Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia e Venezuela. “O Brasil é
fundamental para a continuidade desse processo”, comentou.