CUT defende formação jurídica contra retirada de direitos

(Foto: Roberto Parizotti)

Os Metalúrgicos do ABC participaram do seminário “Ação Jurídica e Política no Macrossetor da Indústria da CUT” no dia 16, em São Paulo. O encontro foi organiza­do pelas confederações dos metalúrgicos, construção, alimentação, químicos e ves­tuário, que defenderam a formação de um coletivo de juristas nas esferas estaduais da Central para disputar espaços de poder.

O procurador da República e ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão, falou sobre a democracia, a intervenção nos sindicatos e a crimina­lização do movimento sindical.

“A democracia corre o risco de acabar e será com aqueles que querem apenas o poder. Uma plena democra­cia é governada por políticos que têm voto popular”, defendeu.

Segundo Aragão, o direito é um instru­mento de poder e, por isso, é preciso cons­truir um centro popular de instrução jurí­dica. “Cursos populares básicos de direito ajudariam a conscientizar juridicamente o povo. A ideia é que, em determinado está­gio, a população utilize-se do direito para conquistar espaços de decisão”, afirmou.

Para o presidente do Sindicato, Rafael Marques, o período de ataques aos tra­balhadores exige mobilizações nas ruas e debates para entender a situação. “As oli­garquias não querem que o Brasil avance com direitos a todos nem igualdade. Ela quer concentrar renda e entregar as rique­zas do Brasil para multinacionais”, criticou.

“É fundamental a qualificação dos trabalhadores para compreender e des­montar a rede de mentiras do governo em nome dos seus apoiadores, a imprensa comercial, o sistema financeiro e a cúpula do Estado, que querem enriquecer ainda mais”, completou.

O presidente da Confederação Nacio­nal dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão, ressaltou a importância da resistência popular e da luta de classes.

“O povo está na rua. A pressão precisa continuar para que a pauta neoliberal não seja aprovada”, disse. “O jurídico é um instrumento de enfrentamento necessário para fortalecer a democracia e não vamos aceitar a criminalização da nossa luta con­tra a retirada de direitos”, concluiu.

Da Redação