CUT denuncia que Financial Times e The Economist estão a serviço da desestabilização
No Congresso da CSI, João Felício e Jacy Afonso discursaram sobre a manipulação da mídia em favor dos especuladores
Dirigentes da CUT denunciaram nesta segunda-feira (19), em Berlim (Alemanha) que os grandes conglomerados de comunicação, particularmente o “Financial Times” e o “The Economist”, têm atuado como instrumentos de desinformação e desestabilização da economia brasileira.
Pela manhã diante da plenária do III Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), que reúne 1.500 delegados de 161 países, o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, defendeu a necessidade da “taxação das transações financeiras, da herança e das grandes fortunas” e denunciou que os paraísos fiscais funcionam como polos irradiadores de especulação, concentração de renda e desigualdade.
“Se não houver transferência de renda dos ricos para os pobres, não haverá diminuição da pobreza e da miséria. Se ricos não pagam imposto, os Estados não terão recursos para investir na área social”, explicou João Felício. Conforme o líder cutista, os governos, na sua grande maioria, se aliam sempre com o capital contra o mundo do trabalho ao defenderem reformas que retiram direitos dos trabalhadores. “Quando surgem governos que não praticam estas políticas neoliberais, como foi Lula, a imprensa conservadora atua sempre para desgastar, agindo em defesa dos seus interesses”, declarou.
De acordo com João Felício, estas políticas acabam afetando a própria democracia, porque quando a população não se vê contemplada, acaba votando em partidos fascistas, que é o que está ocorrendo em muitos países da Europa. Sem qualquer regulação, alertou, “os organismos internacionais impõem a sua lógica, afetando a liberdade e a democracia, que não são questões abstratas, mas muito concretas”. Afinal, questionou, “qual é a liberdade de um trabalhador turco quando morre soterrado em uma mina ou é chutado por assessores do próprio governo?”
Monopólio da desinformação – Na plenária da tarde, Emprego Sustentável e Proteção Social, o secretário de Organização da CUT, Jacy Afonso reiterou a denúncia contra os monopólios midiáticos, frisando que o “Financial Times” e o “The Economist” têm atuado contra os interesse do Brasil e do povo brasileiro ao buscar desestabilizar a economia.
Compartilhando a mesa com sindicalistas da Bulgária, Espanha e Grécia – países cujas economias foram devastadas pela crise – , Jacy sublinhou o papel das centrais sindicais brasileiras que, ao construir uma política de valorização do salário mínimo junto ao governo Lula, impulsionaram o crescimento do mercado interno. “Desta forma saímos do círculo vicioso dos governos neoliberais de Collor e Fernando Henrique Cardoso para um círculo virtuoso da economia nos governos Lula e Dilma. Foi essa política que permitiu que o salário mínimo tenha subido 75% nestes últimos 11 anos, o que significou um aumento real para 32 milhões de trabalhadores, incluindo os aposentados”, declarou Jacy Afonso.
Segundo o dirigente, “este é o maior acordo coletivo do mundo, que ajuda o conjunto da economia, pois fez com que os demais trabalhadores recebessem também”. “O papel do Estado na recuperação do poder aquisitivo proporcionou este avanço, mobilizando os bancos públicos com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para garantir crédito às empresas, o que garantiu a geração de 20 milhões de empregos formais em 11 aos, quase dois milhões ao ano. E isso só foi possível devido à ação unitária do movimento sindical, que se enfrentou com a verdadeira lavagem cerebral, com o atraso do ponto de vista ideológico que é divulgado diariamente pelos meios de comunicação”, concluiu Jacy Afonso.
Da CUT Nacional