CUT e centrais se reúnem com MPT contra casos de assédio eleitoral no trabalho
Os presidentes das centrais sindicais CUT, Força, UGT e CTB se reuniram na manhã de ontem com o procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, no MPT (Ministério Público do Trabalho), em Brasília, para exigir mais fiscalização, combate e punição contra o assédio eleitoral no local de trabalho.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, destacou que coagir trabalhadores no local de trabalho a votar em determinado candidato é assédio eleitoral laboral. “É crime, tem de ser combatido, denunciado e punido. Não aceite calado, procure seu sindicato, denuncie”.
Também reforçou que a Constituição Federal garante o direito à liberdade de voto, protege a liberdade de consciência, de expressão e de orientação política, assegurando a todos o livre exercício da cidadania por meio do voto direto e secreto.
“Todo trabalhador e trabalhadora têm o direito de escolher livremente seu candidato e esse direito não pode ser violado por nenhum patrão, os sindicatos precisam combater e denunciar o assédio e a coação eleitoral no local de trabalho”, afirmou.
O chamado é feito com base no aumento de casos e denúncias da prática nessa reta final da campanha eleitoral. O assédio eleitoral é feito em forma de perseguição e vários tipos de ameaças, entre elas redução salarial, retirada de direitos e benefícios e demissão. Há casos de empresas que oferecem, ilegalmente, pagamento de “bônus” para que o trabalhador vote no candidato indicado pelos patrões. Como não podem conferir o voto do trabalhador, condicionam o “extra” à vitória do candidato apoiado pelo patrão.
“Foi uma reunião muito produtiva e importante para a proteção da classe trabalhadora. Firmamos compromissos para, de forma conjunta, enfrentar e combater o assédio patronal no local de trabalho, o trabalho infantil e o trabalho análogo à escravidão”, concluiu.
Os presidentes das centrais entregaram ainda a Pauta da Classe Trabalhadora 2022, documento apresentado na Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) que reúne um conjunto de propostas para o Brasil.
Com informações da CUT