CUT é eleita para Conselho da Igualdade Racial

Secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP será a representante dos trabalhadores

A Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, empossou nesta terça-feira (2) a secretária de Combate à Discriminação Racial da CUT-SP, Rosana Aparecida da Silva, para a única vaga dos trabalhadores no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). A CUT foi eleita em novembro e ocupará a vaga entre 2014 e 2016.

Para Rosana, ser trabalhadora, negra e membro do conselho são questões fundamentais para fortalecer o trabalho pela igualdade racial, entendida em seu sentido amplo. “O Conselho é uma instância importante que tem várias entidades do movimento negro, mas é também importante pensar que há a articulação com outros povos também discriminados, como judeus, árabes, indígenas e ciganos. Esse é o grande diferencial desse conselho, abordar outros povos que sofrem discriminação”.

A Seppir diminuiu as vagas de trabalhadores. De duas, agora temos apenas uma. Isso é ruim para o embate, porque sabemos que o ambiente de trabalho se constitui um dos principais focos de racismo, onde os trabalhadores são discriminados, onde há diferenciações de salário

Maria Júlia Reis Nogueira, secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT

Para a secretária, a eleição da CUT – que é membro do conselho desde sua criação – é um reconhecimento da atuação da central nos espaços de luta por igualdade racial.

A secretária nacional de Combate ao Racismo, Maria Júlia Reis Nogueira – conselheira na última gestão do CNPIR – faz uma avaliação crítica do Conselho, em relação ao número de vagas reservadas aos trabalhadores.

“A Seppir diminuiu as vagas de trabalhadores. De duas, agora temos apenas uma. Isso é ruim para o embate, porque sabemos que o ambiente de trabalho se constitui um dos principais focos de racismo, onde os trabalhadores são discriminados, onde há diferenciações de salário”, afirma Julia. “Como este conselho tem a função de elaborar e propor políticas públicas, é fundamental a maior participação dos trabalhadores”.

A dirigente também lembrou que o Conselho é consultivo, mas, pela importância do tema, deveria ser deliberativo. E aponta a necessidade da continuidade de políticas geradas no conselho, como a iniciativa desencadeada na Década dos Afrodescendentes (2015-2024).

O Conselho possui 44 membros participantes, entre sociedade civil e Poder Público. Rosana será conselheira no período de 2014 a 2016.

Eleição do Conselho

A eleição das entidades da sociedade civil para o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial foi realizada por sistema de votação eletrônica, com todas as entidades habilitadas aptas a votar e serem votadas. A seleção foi realizada nos dias 13 e 14 de novembro e as vagas foram preenchidas a partir das especificações do Edital para as categorias “Organizações gerais do Movimento Negro”; “Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Juventude, LGBT, Mulheres, Quilombolas ou Trabalhadores (as)”; “Comunicação, educação, pesquisa, meio ambiente ou saúde”; “Povos indígenas”; “Comunidades ciganas”; “Comunidade judaica”; e “Comunidade árabe”.

O Conselho

O CNPIR – órgão colegiado de caráter consultivo e integrante da estrutura básica da SEPPIR – é presidido pelo Ministro titular da pasta e tem função de propor, em âmbito nacional, políticas de promoção da Igualdade Racial com ênfase na população negra e outros segmentos raciais e étnicos da população brasileira.

Além de combater o racismo, o Conselho ainda tem por missão propor alternativas para superar as desigualdades raciais, tanto do ponto de vista econômico quanto social, político e cultural, ampliando, assim, os processos de controle social sobre as referidas políticas. O CNPIR é composto por 44 membros entre integrantes de entidades da sociedade civil e representantes do Poder Público.

Da CUT Nacional