CUT e movimentos sociais realizam Marcha pela Integração dos Povos

Na avaliação das entidades, as políticas imigratórias não podem estar à margem dos direitos humanos

No próximo domingo (14), Dia Mundial dos Imigrantes, a CUT e dezenas de entidades dos movimentos sociais realizarão uma grande marcha pela integração dos povos, com o lema “Nossas vozes, nossos direitos, por um mundo sem muros…”.

Conforme os organizadores há no mundo mais de 200 milhões de imigrantes. “O significado mais forte das imigrações não é o volume das remessas ou o número de imigrantes, mas seu conteúdo político de denúncia de políticas econômicas que não geram novos postos de trabalho e sim todas as formas possíveis de discriminação. Porém são também o anúncio de que outro mundo é possível”, afirma a convocatória.

Na avaliação das entidades, as políticas imigratórias não podem estar à margem dos direitos humanos. “Os imigrantes são pessoas e não mercadorias e devem ter garantidos todos os direitos sociais no país de destino: direitos trabalhistas, sociais, culturais, econômicos, civis e políticos”.

Por um mundo sem muros, a manifestação defende um espaço ibero-americano sem fronteiras, criando uma verdadeira cidadania que valorize os aspectos positivos da imigração.

“Marchamos por uma Nova Lei de Imigração, justa e solidária; pela anistia ampla e geral para todos os imigrantes; pelo livre trânsito no continente sul-americano; pelo direito ao voto e acesso a políticas públicas; pela ratificação da Convenção Internacional dos trabalhadores migrantes e suas famílias”, afirma a convocatória.

O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, sublinha a importância do envolvimento da militância na mobilização de domingo: “as reivindicações da marcha são um brado por justiça, significam a garantia de direitos básicos a centenas de milhares de pessoas muitas vezes são expostas a uma exploração subumana, submetidas ao subemprego e à precarização”. “Felizmente, cresce a insurgência contra os abusos do capital, homens e mulheres levantam suas vozes e dão suas mãos solidárias, descortinando novos horizontes de luta e de conquista”, acrescentou João Felício.

Conforme Paulo Illes, da coordenação do Centro de Apoio ao Migrante, “a defesa do trabalho digno, do direito à participação cidadã, como o direito ao voto, ao livre trânsito e residência na América do Sul são algumas das bandeiras da marcha”. Ele lembra que, o próprio Ministério do Trabalho aponta a existência de 400 mil sul-americanos no Brasil, sendo que apenas 233 mil encontram-se legais, os demais sendo submetidos à clandestinidade, virando mão-de-obra barata para empresários sem escrúpulos.

“O direito à sindicalização desses trabalhadores é algo essencial. Diante das condições de insegurança e sem formação sindical, esses companheiros têm séria dificuldade de recorrerem a seus direitos. É muito importante que os Sindicatos possam entender esses trabalhadores como parceiros e não como concorrentes, a fim de lutarem com mais decisão pela sua regularização”, defendeu.

Um dos graves problemas, ressaltou o coordenador do Centro de Apoio ao Migrante, “é que o Estatuto do Estrangeiro, parido em 1980, em plena ditadura, não condiz com a realidade atual de fortalecimento de integração regional e respeito aos direitos humanos”. O movimento defende a flexibilização das leis de migração, “extremamente duras, restritivas e criminalizadoras”.

Da CUT