CUT e movimentos sociais tomam as ruas de São Paulo nesta terça pelo reconhecimento da Palestina
Nesta terça-feira (20), a partir das 17 horas, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) se soma aos movimentos sociais e populares, partidos e demais entidades sindicais em ato pelo reconhecimento do Estado palestino, Abaixo, a íntegra do artigo “Estado da Palestina: causa do Brasil e da Humanidade”, de João Antonio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT.
Estado da Palestina: causa do Brasil e da Humanidade
Mais do que de justiça, o reconhecimento do Estado palestino é uma questão de Humanidade. É a afirmação do direito de todo um povo, que tem resistido de forma altiva e heróica às mais covardes agressões, à negação do seu próprio direito de existir, à prisão de suas crianças, mulheres e idosos que ousaram se levantar contra a política de terrorismo de Estado de Israel, ao assalto de seu território, ao roubo de sua água, à destruição das suas casas e à devastação de suas oliveiras milenares.
Reconhecido como porta-aviões dos Estados Unidos no Oriente Médio, Israel é hoje um país repleto de armas nucleares e químicas, que mantém uma política neocolonial contra tudo e contra todos que não rezem a sua cartilha preconceituosa e racista. Como pudemos observar em nossa recente visita à região, por meio do uso e abuso da força militar, o governo israelense de extrema direita continua anexando terras, proliferando seus assentamentos ilegais, multiplicando seu muro do apartheid – que já ultrapassa 750 quilômetros – para privar o povo palestino de sua soberania e liberdade.
Contra esta aberração, nesta terça-feira, centenas de milhares de homens e mulheres em todo o planeta vão se somar em defesa do Estado da Palestina, já! O Brasil, que presidiu com Oswaldo Aranha a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) quando da criação do Estado de Israel, terá o compromisso com o povo palestino expresso na voz e no voto da presidenta Dilma Rousseff. Na ONU, reafirmaremos que o reconhecimento do Estado palestino nas fronteiras de 1967, além de ser a solução mais justa, é a única possível para a conquista da paz na região.
É sintomática a posição do governo dos Estados Unidos, que já anunciou o veto à medida. Com a sabotagem explícita ao reconhecimento, os EUA mantém a sua posição histórica de apoio à política do apartheid, da mesma forma como fez com os racistas sul-africanos, aos quais sempre deu sustentação, assim como orientou e financiou as ditaduras militares de Pinochet no Chile, Somoza na Nicarágua e Stroessner no Paraguai, só para citar os sanguinários e torturadores mais reconhecidos.
No momento em que a OTAN despeja seus bombardeios “humanitários” sobre milhares de civis na Líbia, quando mercenários combatem por terra, mar e ar para anexar aos cofres das grandes potências – e de suas corporações transnacionais – as imensas riquezas petrolíferas do país norte-africano, fica evidente quais os interesses por detrás de cada ação. Os mesmos países que jogam bombas sobre as cabeças dos líbios, na política de sangue por petróleo, são os que defendem os crimes de Israel e dão sustentação às suas atrocidades.
Chegou a hora da Humanidade levantar a voz e dizer BASTA! Que as vozes do povo brasileiro ecoem pela presidenta Dilma e cheguem a todos os recantos do planeta, multiplicando e amplificando a consciência de que a construção de um novo mundo só é possível com o respeito à soberania das nações e à auto-determinação dos povos, que precisam viver em liberdade e paz.
Da CUT Nacional