CUT e Odebrecht fecham acordo para garantir reivindicações dos trabalhadores da usina Santo Antonio

Houve duas reuniões entre dirigentes da CUT para tratar dos direitos dos trabalhadores nas obras do PAC e afins. Na primeira, pela manhã, em Brasília, a CUT e as centrais, mais governo e associações patronais da construção civil tiveram o primeiro encontro de trabalho para redigir o pacto nacional do setor, forma de contrato coletivo nacional que garanta a qualidade de vida e de trabalho dos trabalhadores da construção civil em geral. 

A outra, à tarde, foi diretamente entre a CUT e a construtora Odebrecht, para tratar dos problemas emergenciais de quem trabalha nas obras da usina Santo Antonio. Foi fechado um acordo que garante a partir de amanhã, primeiro dia de abril:

– um reajuste de 5% válido, a título de antecipação do aumento que será negociado durante a data-base dos trabalhadores de Rondônia, no mês de maio;

– a cada três meses de trabalho, os operários terão licença para visitar a família de pelo menos cinco dias. Em casos em que o trabalhador, pela distância entre a usina e seu lar, precisar de mais dias de licença, a empresa e o sindicato vão debater ampliação da licença. A viagem, a cargo da companhia, será preferencialmente de avião, sempre que houver rotas aéreas entre Rondônia e os destinos;

– a cesta básica será elevada, também a partir de amanhã, de R$ 110 para R$ 132. Apesar do reajuste, a categoria vai negociar um aumento maior durante maio, mês da data-base.

Outros dois pontos da pauta dos trabalhadores foram aceitos pela empresa, mas ainda precisam de definição de como será feita a mudança. Os trabalhadores reivindicam que o plano de saúde tenha cobertura nacional e que eles deixem de pagar ágio aos comerciantes quando utilizam cartão vale-compras. Para tanto, deve ser necessária a troca da operadora do cartão.

O pagamento dos dias de paralisação será negociado. A CUT propõe que sejam pagos aos trabalhadores, em troca de reposição dos trabalhos interrompidos.

Pacto Nacional
No próximo dia 14, pela manhã, ocorre a segunda reunião de trabalho para a elaboração do pacto nacional para o setor da construção civil. As partes envolvidas se comprometem a fixar, de forma objetiva e pronta para entrar em vigor, a eliminação dos “gatos” na contratação e um plano de qualificação dos operários.

“Não dá para mudar a realidade das obras de infraestrutura e tantas outras sem enfrentar essa questão”, define Manoel Messias do Nascimento, secretário de Relações de Trabalho da CUT Nacional.

Participaram das reuniões o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, e Luizinho da Conticom, além de Messias.

Da CUT Nacional