CUT entrega a Doria proposta do Sindicato por acordo em defesa da vida e do emprego

Representantes das centrais sindicais se reuniram na tarde da última segunda-feira, 15, no Palácio dos Bandeirantes, com o governador de São Paulo, João Doria, para tratar de um pacto conjunto de enfrentamento à pandemia. Diante do agravamento da situação, o movimento sindical cobra a interferência do governo estadual por medidas de restrição e proteção à vida, aporte às empresas, auxílio emergencial e aquisição de vacinas.

Na oportunidade, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, apresentou ao governador a proposta de negociação articulada já entregue pelos Metalúrgicos do ABC à Anfavea e ao Sindipeças.

“Precisamos dessa ação para diminuir o número de pessoas em circulação dentro das fábricas, construir um protocolo organizado para que as empresas privadas possam apoiar o poder público a fim de suprir a falta de leitos e mão de obra e ajudar na aquisição de vacinas. É preciso buscar de forma conjunta de recursos tanto para subsidiar a manutenção dos empregos quanto para pequenas empresas poderem sobreviver nesse período”.

O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC e presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou a necessidade de ações conjuntas.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

“Só vamos sair dessa pandemia com coordenação. Na ausência de uma coordenação nacional, o Sindicato está buscando esforços junto aos sindicatos patronais e ao governos estadual e municipais para tentar enfrentar a pandemia da melhor maneira, discutindo o isolamento social, criando mecanismos de manutenção de emprego e renda e articulando com a iniciativa privada o suporte aos sistemas de saúde”, explicou. 

O presidente da CUT ressaltou que a situação hoje é muito pior do que em março do ano passado, quando foi tratada a importância do lockdown. “Agora estamos com 2 mil mortos por dia e não temos auxílio emergencial, nem auxílio para as empresas poderem sobreviver, ou seja, o quadro é muito pior e sem as condições para fazer a parada. É por isso que as pessoas reagem quando se fala de lockdown”, detalhou.

“Temos que nos proteger, mas também temos que comer, se não tivermos os instrumentos para manter as pessoas em casa, fica muito difícil e essa é uma tarefa que o movimento sindical, o governo do Estado e os empresários precisam pensar juntos”, completou.

Segundo ele, Doria assumiu o compromisso de ainda esta semana conversar com empresários, começando pelo setor automotivo que está com a conversa mais adiantada. “Isso é muito importante porque o governo do Estado tem condições de viabilizar o acordo e isso dá força para uma negociação nacional”.

 Solidariedade

Durante a reunião, os representantes das centrais sindicais prestaram solidariedade ao governador e aos seus familiares pelos ataques e ameaças feitos por apoiadores extremistas do presidente Jair Bolsonaro.