CUT manifesta solidariedade à luta da classe trabalhadora grega
Resolução que será divulgada até amanhã condena cortes exigidos pelo FMI
A Direção Nacional da CUT vai elaborar uma resolução de apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Grécia e dos demais países europeus que enfrentam aguda crise financeira. A resolução vai também condenar o FMI, por continuar exigindo medidas como arrocho salarial, corte de aposentadorias e suspensão de investimentos públicos em políticas sociais. Essas condicionantes foram impostas à Grécia pelo Fundo, que recentemente liberou uma linha de empréstimo de 140 bilhões de dólares ao país.
A resolução será elaborada e divulgada até amanhã, quando termina a reunião que a Direção realiza em Brasília desde a manhã desta quarta. Mas a posição política já está definida: “A crise pela qual passa a Grécia não foi causada pelos trabalhadores, ao contrário, é um reflexo de um modelo econômico esgotado, que privilegia a especulação e usurpa o quanto pode o trabalho”, explica o secretário-geral da CUT, Quintino Severo.
“Não é possível que o mundo, com a justificativa de superar a crise, continue aceitando que o FMI aplique o mesmo receituário que foi na verdade o causador da crise. Baixos salários, emprego precário e previdência pública inexistente ou precária não são, como se poderia pensar, reflexos da crise. São fatores que geram a crise”, afirma Artur Henrique, presidente da Central.
“É uma disputa política, e por isso nós temos de manifestar apoio e solidariedade à Grécia e aos outros países em dificuldade”, afirmou o ex-ministro José Dirceu no início da tarde desta quinta, durante reunião da Direção Nacional, em Brasília.
Dirigentes atentos ao debate (Foto: A. Coelho)Com a declaração, Dirceu respondeu a pergunta da platéia, sobre os possíveis efeitos da crise européia sobre o Brasil e sobre a maneira como o País deve se posicionar. “Os efeitos vão depender do tamanho que a crise vai assumir daqui pra frente. Não podemos esquecer que 24% de nossas exportações são para a Europa”, completou.
A CUT também reiterou que o governo brasileiro, hoje credor do FMI, deve insistir na mudança profunda da estrutura e das condicionantes do fundo
Da redação com CUT Nacional