CUT pedirá mais ousadia a Dilma

Presidente da CUT, Artur Henrique, adiantou que pedirá ousadia no combate aos juros altos e a valorização do câmbio


Artur Henrique, presidente da CUT. Foto: Renato Araújo / ABr

A presidenta Dilma Rousseff vai receber as centrais sindicais em reunião no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, dia 14, às 11 horas. Esta será sua terceira reunião com as centrais desde que assumiu o governo.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) será representada pelo presidente Artur Henrique, o secretário-geral Severo Quintino e a secretária da Mulher, Rosane Silva.

“Nosso foco será a política industrial do governo e, dentro dela,  a adoção de medidas ousadas nas áreas de juros e câmbio, principalmente”, adiantou Artur.

Ele acredita que as medidas governamentais para desonerar determinados setores são importantes, mas quer mais, com a intensa participação da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil na diminuição do spread bancário.

“As medidas para baixar a taxa de juros da economia estão corretas, mas é preciso avançar para facilitar as compras dos cidadãos e o crédito dos empresários. E os bancos públicos devem atuar nisso”, prosseguiu o dirigente.

Esta mesma ousadia Artur quer em relação ao câmbio. “Medidas pontuais como queda no Imposto sobre Operações Financeiras não bastam.  Desejamos ações para diminuir a remessa de lucros e a especulação financeira, que não geram emprego nem renda”, destacou.

Para ele, uma política industrial bem elaborada é fundamental não só para fortalecer determinados setores, mas toda a cadeia produtiva e deve cuidar também da inovação, agregar mais valor às mercadorias e melhorar os empregos, para não transformar os trabalhadores brasileiros em simples montadores. 

Presidenta garante promete defender mercado interno
Em entrevista ao jornalista Luis Nassif, a presidenta Dilma afirmou que a preocupação número um do governo, daqui para diante, será com a enxurrada de dinheiro que deságua na economia do País e com os riscos que ela traz para a indústria brasileira.

“O Brasil vai tomar medidas para garantir que nosso mercado interno não seja destruído. Temos queda na indústria, mas dá para reverter. Não daria se deixássemos continuar por dois, três anos. Agora dá e vamos fazer o possível e o impossível para defender a indústria nacional”, afirmou.

Ela garantiu que o governo terá uma política clara em relação ao Brasil, da qual o melhor exemplo é a revisão do acordo automotivo com o México.

O documento foi assinado em 2002, em uma conjuntura na qual cabia o acordo. E está em vigor até agora, em condições não adequadas ao Brasil.

“Se perguntar hoje qual é o maior cuidado do governo, respondo: é acompanhar como o Brasil se defende dessas políticas praticadas pelos governos desenvolvidos, que são abertamente protecionistas”, concluiu Dilma.

Da Redação