CUT quer R$ 300,00 em 2004
A política que o governo definir em relação ao salário mínimo vai afetar a vida de muitos brasileiros. São 21 milhões de trabalhadores que ganham um salário mínimo mensal. Destes, um milhão têm carteira de trabalho assinada.
O reajuste do mínimo também traz impactos positivos aos rendimentos de outras 21 milhões de pessoas que recebem até dois mínimos nos mercados formal e informal. Dos trabalhadores com carteira assinada, nove milhões ganham entre um e dois salários mínimos.
Apesar de sua enorme importância, o salário mínimo vem perdendo cada vez mais seu poder de compra. De acordo com o Dieese, ele representa hoje apenas 28% do valor de 1940, quando foi criado.
O valor do salário mínimo é definido no artigo 7º da Constituição Federal. Pela lei, ele deve ser suficiente para atender as necessidades mínimas de um trabalhador casado e com dois filhos. Segundo o Dieese, essa quantia devia ser, hoje, R$ 1.510, 00, quase seis vezes mais que os R$ 260,00 pagos atualmente.
A CUT quer uma negociação permanente entre governo, trabalhadores e empresários com o objetivo de estabelecer uma política de recuperação do mínimo. Este grupo deve definir metas para atingir em 20 anos o salário definido na Constituição, com sua fixação em R$ 300,00 já em 2004.
Sindicato participará da marcha
Entre 13 e 15 de dezembro a CUT vai realizar a Marcha sobre Brasília. A intenção é pressionar o Congresso para dar mais atenção ao salário mínimo e para corrigir a tabela do Imposto de Renda.
A diretoria do Sindicato decidiu ontem que vai participar do protesto com pelo menos 300 metalúrgicos do ABC.
“Embora ninguém ganhe o mínimo na categoria, temos obrigação moral de defender um bom reajuste pelo benefício que traz para a economia”, explicou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo. As Comissões de Fábricas e Comitês Sindicais já estão convocando o pessoal para a Marcha.