CUT quer trabalhadores em defesa do SUS

Além da limitação no
atendimento à população, a
transferência da gestão dos
serviços de saúde para organizações
sociais (OSs) está levando
à privatização dos serviços
de saúde.

É para denunciar e combater
essa prática que a CUT
São Paulo deflagra amanhã a
campanha Cuidando do Cuidador,
com o objetivo de valorizar
o Sistema Único de Saúde
(SUS) e lutar contra a terceirização
dos serviços, que vem
ocorrendo por meio das OSs.
“No primeiro momento da
campanha queremos alertar os
sindicatos de trabalhadores para
o risco de desmantelamento total
do serviço público”, ressalta
o secretário de Políticas Sociais
da CUT São Paulo, Marcos
Roberto Emílio.

Segundo ele, uma grande
parte dos trabalhadores
em setores privados contam
com convênios médicos e não
têm contato com o que ocorre
no serviço público. “Daí a
luta pela preservação do SUS
fica limitada aos trabalhadores
na saúde, quando deveria
ser de toda a população”, explica.
O lançamento da campanha
ocorre amanhã com
um seminário para sindicalista
na sede da CUT.

Origem –
As Organizações Sociais
surgiram na reforma do Estado
proposta pelo ministro
Bresser Pereira, em 1995, no
primeiro governo FHC. O
grupo de trabalho da reforma
administrativa era integrado
também por José Serra,
então ministro do Planejamento.

Inspirado nas teses neoliberais
do Estado mínimo, a
reforma defendia que a função
do Estado seria coordenar
e financiar políticas públicas,
e não executá-las. Já no
segundo mandato de FHC
foi aprovada a lei que permitiu
a criação das OSs. O governo
partiu para a terceirização.

São Paulo é um dos estados
brasileiros onde a prática
mais se intensifica. “Cerca de
20 mil trabalhadores, 20%
de nossa categoria, foi substituída
por trabalhadores contratados
pelas OS”, conta
Angelo Agostini, diretor do
Sindsaúde.

A troca de servidores
concursados por contratados
pelas OS, afirma Ângelo, é
feita com o único objetivo de
reduzir despesas com folha
de pagamento. “O que a gente
vê é a completa precarização
do trabalho. As OSs normalmente
quarteirizam os trabalhadores,
contratando cooperativas
de mão de obra”,
denuncia.