CUT vai ao Senado e pede retirada do projeto da reforma Trabalhista
(Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado)
Durante sessão temática sobre o projeto da reforma Trabalhista, realizada ontem no Senado Federal, representantes da CUT e demais centrais sindicais debateram seus impactos sobre os direitos dos trabalhadores.
O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, criticou a falta de diálogo do governo federal com os representantes dos trabalhadores na elaboração da proposta.
“O Brasil tem seis grandes centrais reconhecidas e sindicatos de base importantíssimos, que não deixam nada a dever para nenhuma grande central sindical do mundo”, destacou.
“No entanto, nenhum deles foi chamado para debater ou para contribuir com essa reforma. Portanto, aquilo que começa errado, termina errado. E esse processo começou muito errado”, completou.
Para o dirigente, ao contrário do que dizem os defensores da proposta, a reforma Trabalhista vai acirrar e promover ainda mais conflitos, como o ponto da representação não sindical, com poder de negociação sobre a lei, onde o sindicato não participa.
“Isso não é novo no movimento sindical. Em 1978, nas grandes greves do ABC que o Brasil inteiro conhece, muitas empresas usaram deste artifício, criaram uma representação com pessoas de confiança da empresa, com o gerente, o supervisor para negociar o que a empresa queria”, relembrou.
“É a raposa tomando conta do galinheiro. Os trabalhadores não vão aceitar e os representantes legítimos irão reagir”, afirmou.
EMPREGO
Segundo Nobre, outro tema muito importante para o trabalhador é o emprego.
“O emprego que queremos é com tempo integral, que seja estável, para que o trabalhador possa sustentar ele, a família dele e pensar no futuro”, defendeu.
“Agora o que estão propondo é um trabalho com contrato parcial, intermitente, terceirizado. O trabalhador vai ter tranquilidade para comprar uma geladeira, um carro, financiar a casa própria?”, questionou o dirigente.
“Essa reforma, além de precarizar o trabalho é extremamente recessiva”, avaliou.
Diante dos debates que se seguiram durante todo o dia de ontem no plenário do Senado e por conta das inúmeras divergências apresentadas, inclusive pelos próprios parlamentares, o secretário-geral da CUT pediu a retirada do projeto de reforma Trabalhista da pauta.
Assista ao vídeo, com a defesa dos direitos dos trabalhadores pela CUT, no site do Sindicato