“Data é de reflexão e resistência, as mulheres negras estão na base da pirâmide social do país”
ia Internacional da Mulher Negra LatinoAmericana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela foi ontem. Sindicato reforça luta por igualdade e respeito
O dia 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1992 e no Brasil também o Dia de Tereza de Benguela, líder quilombola símbolo da resistência negra no país.
A diretora executiva do Sindicato, Andréa Ferreira de Sousa, a Nega, destacou que a data, dentro do mês Julho das Pretas, é para reforçar a luta por políticas públicas, pelo fortalecimento da luta no combate ao racismo voltado para as mulheres e por respeito.

“Esta é uma data de reflexão e resistência porque nós, mulheres negras, estamos na base da pirâmide social do país. Isso significa que ganhamos os menores salários, estamos nos piores empregos e somos mais dependentes de políticas públicas de inclusão social, como o Bolsa Família. Hoje temos a oportunidade de continuar a fazer a nossa luta para que tenhamos melhores empregos, respeito, pelo fim da violência contra mulher e do feminicídio”, defendeu.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022, mostram que as mulheres negras são as que mais sofreram com desemprego, com 13,9%, enquanto a taxa geral foi de 9,3%. A renda das mulheres negras representa 46,3% do que ganham homens brancos, que estão no topo da pirâmide social.
Enquanto homens brancos receberam, em média, R$ 3.708, e as mulheres brancas R$ 2.774, as mulheres negras receberam R$ 1.715. Trabalhadores negros ganharam R$ 2.142. Do total, 45% dos lares no país são chefiados por mulheres. Desse total, 63% são por mulheres negras e abaixo da linha de pobreza.
Violência
A dirigente ressaltou a urgência da luta contra a violência e o feminicídio e a importância de esclarecer quem mandou matar Marielle Franco com a delação e as novas informações desta semana.
“Quando matam Marielle, matam cada uma de nós. Não deixaremos que nos silenciem. Somos resistência, queremos respeito, viver felizes e em paz. Nosso projeto de #ARetomada do Sindicato busca incluir mulheres no chão de fábrica, nas escolas, faculdades, na defesa de uma sociedade melhor e igualitária”.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, as mulheres negras são as maiores vítimas da violência. Em 2022, 88,7% das vítimas de violência sexual eram mulheres e, dentre essas, 56,8% eram pretas ou pardas.