De 480 mil empregos formais fechados em 2020, 96,4% foram perdidos por mulheres
As mulheres, os trabalhadores que ganham acima de um salário mínimo e os que têm idade entre 30 e 39 anos foram os mais impactados pelo desemprego no ano passado, auge da pandemia da Covid-19. É o que mostra o levantamento da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) divulgado esta semana.
Em 2020, o Brasil perdeu 480,3 mil empregos formais, com carteira assinada, sendo que deste total, 462,9 mil (96,4%) eram vagas ocupadas por mulheres, o que comprova o aumento da desigualdade de gênero no mercado de trabalho.
A coordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Maria do Amparo Ramos, lembrou a sobrecarga enfrentada pelas mulheres durante a pandemia e avaliou que esse cenário catastrófico é resultado direto da política misógina promovida pelo governo Bolsonaro.
“A pandemia foi ainda mais cruel com as mulheres que acumularam funções e se viram sobrecarregadas no home office, isso sem contar o aumento da violência doméstica. Vínhamos de um período de maior inclusão das mulheres em postos de trabalhos mais qualificados, durante os governos Lula e Dilma. Porém, neste governo machista e misógino, sem política de geração de emprego, o resultado absolutamente triste e absurdo não poderia ser outro”.
“Precisamos estar cada vez mais unidas, bem informadas e determinadas a recuperar esses postos e os direitos das mulheres na sociedade. Temos muita luta pela frente”, concluiu.