De olho no futuro, Metalúrgicos do ABC completam 64 anos de resistência, lutas e conquistas

Aniversário da fundação do Sindicato é hoje, com uma trajetória em defesa da classe trabalhadora e da democracia

O Sindicato completa hoje 64 anos de lutas em defesa da classe trabalhadora, da democracia e de conquistas que ecoaram por todo o país.  O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, destacou que é importante comemorar a data e a trajetória longa de lutas.

“Nosso Sindicato, nesses 64 anos, conquistou muitos avanços para a classe trabalhadora e para a sociedade brasileira. Temos que comemorar a nossa existência, a nossa história e comemorar discutindo também o nosso futuro”, afirmou.

“Temos que olhar para o que já conquistamos e agradecer aos que nos antecederam, que foram fundamentais para que chegássemos aos 64 anos. E também temos que olhar para a frente, para as coisas que temos que fazer. A nossa tarefa também é preparar as futuras lideranças para que, daqui a 36 anos, o Sindicato esteja comemorando o seu centenário”, destacou.

Histórico

Foto: Adonis Guerra

A categoria metalúrgica do ABC paulista tem uma longa história que remonta ao final do século XIX. No entanto, a instalação da indústria automobilística em São Bernardo no final dos anos 1950 que definitivamente marcou a região como o principal polo industrial do país.

Em 1959, era fundado o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. No início dos anos 60, o Sindicato se fortalecia e mobilizava os trabalhadores na luta por direitos e pelas reformas de base que empolgavam os setores populares no país. Com o golpe de 1964, o Sindicato sofreu a primeira intervenção governamental, seguida posteriormente de outras três: em 1979, 1980 e 1983.

No final dos anos 1960 e início dos 1970, o setor metalúrgico do ABC ganhou novo impulso. O “milagre econômico” brasileiro ancorava-se no apoio governamental às indústrias multinacionais, que tiravam vantagem do clima de repressão e do arrocho salarial proporcionado pela ditadura. Num contexto de privação das liberdades e superexploração do trabalho, mas também de crescimento do emprego, sindicatos viam o número de trabalhadores em suas bases se multiplicarem.

Nos anos seguintes, os metalúrgicos do ABC movimentaram a política em todo o país. Grandes greves foram realizadas, despontando lideranças como o presidente Lula e o novo sindicalismo; congressos; a organização no local de trabalho com a conquista das Comissões de Fábricas em 1981 e sua evolução com os CSEs em 1999; a luta pelas 40 horas semanais; PLRs; licença-maternidade de 180 dias; por exemplo, e melhores condições de trabalho e salário em uma luta contínua.

Em julho, a 23° Direção assume o comando o Sindicato e, desde sua fundação, a categoria já seguiu sob a liderança de 14 presidentes (confira a galeria).

Lino Ezelino Carniel- 12/05/1959 a 26/08/1959
Anacleto Potomatti
1959 a 1965
Afonso Monteiro da Cruz
1965 a 1969
Paulo Vidal Neto
1969 a 19751969 1975
Luiz Inácio Lula da SilvaLuiz Silva
1975 a 1981
Jair Meneguelli
1981 a 1987
Vicente Paulo da Silva
1987 a 1994
Heiguiberto Della Bella Navarro
1994 a 1996
Luiz Marinho
1996 a 2003
José Lopez Feijóo
2003 a 2008
Sérgio Aparecido Nobre
2008 a 2012
Rafael Marques
2012 a 2017
Wagner Firmino de Santana
2017 a 2022
Moisés Selerges
desde 2022