Debate na Volks discute diversidade e inclusão no local de trabalho
A importância da promoção de políticas para avançar na busca por mais representatividade e um ambiente mais acolhedor estiveram na pauta
A representação sindical reuniu parte dos trabalhadores na Volks, na sala da Comissão, no dia 29 de julho, para discutir diversidade e inclusão no local de trabalho. As palestras foram realizadas em dois momentos, na parte da manhã e da tarde, e contaram com parceria entre o Sindicato e o RH da empresa.
O debate trouxe à tona a importância de políticas para promover avanços por mais representatividade de mulheres, que ainda ocupam apenas 10% dos cargos na montadora; do público LGBTQIAP+, negros, pessoas com deficiência e dos grupos minorizados em geral.
Para além da contratação, a atividade discutiu a necessidade de manter um ambiente de trabalho diverso e saudável com respeito mútuo e adequações necessárias.
Na prática
O coordenador da representação na Volks, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, ressaltou que é preciso colocar em prática o que se discute.
“Esse debate é muito delicado, mas temos que fazê-lo e também temos que fazer acontecer, é preciso que haja desdobramentos. Falar de diversidade é falar de valorização da pessoa, seja ela LGBTQIAP+, negra, indígena, imigrantes etc. Se queremos um ambiente de trabalho agradável e verdadeiramente diverso, temos que mudar comportamentos e cobrar políticas que de fato incluam as pessoas”.
Conceito amplo
Convidada do Sindicato, a assessora do deputado estadual Teonilio Barba (PT), Iara Bento, mulher negra, ressaltou que quando o assunto é diversidade, muitos associam apenas à pauta LGBTQIAP+, porém lembrou que um ambiente diverso vai muito além disso.
“Diversidade é tudo, são as mulheres, os negros, os LGBTQIAP+, é dessa inclusão que estamos falando. O preconceito, a discriminação e a violência têm assolado esses grupos, principalmente as mulheres negras. As situações ocorrem ao nosso lado, no ambiente de trabalho, e muitas vezes não estamos preparados para estender a mão ao companheiro ou à companheira que está passando por essa situação”.
Iara lembrou que a discriminação começa com o que parece uma simples brincadeira, que pode deixar a pessoa constrangida. “Precisamos estar preparados para descontruir essa violência que ocorre nos espaços diversos, no trabalho, nas comunidades, no bairro, na escola e em muitos locais que frequentamos, por isso, fazer esse debate é tão importante”.
Pluralidade na Volks
Guilherme Nascimento, homem gay, especialista em Diversidade e Inclusão, falou pelo departamento de RH da empresa. “A diversidade fala muito sobre quem nós somos. A grande jogada é a inclusão, aí que mora nosso grande desafio, inserir todas essas pluralidades no grupo”.
“Quando estamos num ambiente homogêneo, com todos iguais, entramos num estado de inércia. Já um ambiente plural, com pessoas com ideias e realidades diferentes, gera mais criatividade e inovação”, ressaltou.
Guilherme detalhou os princípios da empresa para trabalhar a inclusão e defendeu o que chamou de ambiente “psicologicamente seguro”, quando as pessoas se sentem livres para expressar suas ideias e mostrar quem são, sem deixar uma parte delas em suas casas antes de ir trabalhar.
Debate
Os trabalhadores participaram do debate questionando, principalmente o representante da empresa, sobre os processos de contratação, que, na visão de alguns, ainda são excludentes.
Grupo minorizados
O termo correto a ser utilizado é “grupo minorizados” não “minorias”, já que não são poucos, e sim há uma tentativa da sociedade em diminuí-los.